Quatro dias em casa. Esta é a ordem que, a partir de 18 de setembro, a população da Serra Leoa terá de cumprir para combater a propagação do vírus do ébola. O objetivo é dar tempo às autoridades para identificarem casos de pessoas infetadas que estejam na fase inicial da doença — e tentar impedir que a epidemia contagie ainda mais pessoas.

A medida foi anunciada na noite desta sexta-feira por Ben Kagbo, um conselheiro de Ernest Bai Koroma, presidente da Serra Leoa, que tem acompanhado o grupo de trabalho dedicado ao combate do Ébola no país. “É necessária uma abordagem agressiva para lidar de uma vez por todas com a epidemia”, explicou à agência Reuters.

No total, e de acordo com os números disponibilizados pelas Nações Unidas, a Serra Leoa já registou 491 mortes causadas ou relacionadas com o vírus do Ébola. O representante do presidente serra-leonês revelou que serão recrutadas 21 mil pessoas para imporem o recolher obrigatório. O último recenseamento da população efetuado no país data de 2004 e, na altura, foram contabilizadas cerca de 4,9 milhões de pessoas a residirem na Serra Leoa. Hoje, porém, as estimativas apontam que o país terá quase 6 milhões de habitantes.

A Reuters escreve que “milhares de soldados e agentes da polícia” já foram destacados para algumas cidades na fronteira com a Guiné, na região mais afetada pelo surto do Ébola no país. O balanço mais recente da Organização Mundial de Saúde deu conta que, nos últimos seis meses, mais de 1900 pessoas morreram devido ao vírus na África Ocidental, além das cerca de 3500 que foram infetadas.

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