Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde e atual presidente da Fundação Champalimaud, disse à Agência Lusa que vê “com bons olhos” uma mulher a desempenhar as funções de Presidente da República, mas não pretende envolver-se na corrida a Belém.

“Eu vejo sempre com bons olhos mulheres em todos os cargos que são politicamente relevantes ou relevantes de outro ponto de vista. As questões relacionadas com o estatuto das mulheres são, para mim, questões de uma vida inteira”, referiu. “Portanto, sim, veria (com bons olhos) aí (Presidência da República) e em muitos outros sítios. Isso não é, com certeza, um problema no qual eu me vá envolver diretamente.”

Entrevistada pela Lusa sobre o desempenho do Presidente da República, Leonor Beleza, membro do Conselho de Estado e ex-ministra da Saúde dos governos de Cavaco Silva, destacou “a independência”, o domínio dos vários assuntos, “o conhecimento profundo dos dossiês” e “a cultura de compromisso” de Cavaco Silva, não escondendo o “respeito e admiração” que tem por ele.

“Representa todos os portugueses. É um Presidente cujo partido é o nosso país, os portugueses, Portugal. Não atua por dependência de qualquer força política. Não se deixa influenciar por aquilo que as pessoas gritam mais alto ou é moda. Atua, muitas vezes, com uma grande discrição, justamente em nome do interesse nacional, de certa maneira, até subvalorizando a visibilidade da sua atuação.”

Sobre os nomes que se vão perfilando como potenciais candidatos a Presidente, especialmente na sua área política – Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio ou Santana Lopes, entre outros -, a jurista de formação recusou pronunciar-se. “Essas movimentações não têm a ver com o mandato de Cavaco Silva, que merece ficar na nossa memória, quando terminar o seu mandato, como um grande Presidente da República”, concluiu.

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