O músico Ornette Coleman, figura histórica e inovadora do jazz, morreu esta quinta-feira em Manhattan, aos 85 anos, segundo informação do diário norte-americano New York Times.

Um representante da família, citado pelo jornal nova-iorquino, declarou que o músico morreu após sofrer um ataque cardíaco.

A história de Coleman cruza-se com a história da resistência ao Estado Novo em Portugal: a sua atuação no Cascais Jazz de 1971 – primeiro festival de jazz em Portugal – terminou sob ameaça de intervenção policial, depois de o seu contrabaixista, Charlie Haden, que morreu há um ano em Los Angeles, dedicar uma música aos movimentos de libertação de Angola e Moçambique.

O público recebeu a declaração política efusivamente, com aplausos e punhos erguidos, mas o contrabaixista foi de imediato detido pela PIDE, que o escoltou ao aeroporto de Lisboa, obrigando-o a sair do país.

A grande maioria da imprensa portuguesa da época, sob o olhar da censura, ignorou o sucedido.

Ornette Coleman estreou-se em disco em 1958, com “Something else”. O seu terceiro álbum, um ano mais tarde, confirmaria o percurso: “The shape of jazz to come”, “a forma do jazz por vir”.

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