1. Mario não é só canalizador

Apesar de ser essa a profissão conhecida do herói da Nintendo, Mario é aquilo a que se pode chamar um faz-tudo. Melhor, um fez-tudo. Na sua primeira aparição nas consolas, em Donkey Kong, era um carpinteiro munido de um martelo. Depois, ganhou fama como canalizador, embora estranhamente nunca se tenha dedicado a arranjar os canos gigantes e perigosos de Super Mario Bros. Essa aparente inaptidão não o impediu, contudo, de progredir na carreira. Ao longo da sua história e de vários títulos da Nintendo, Mario foi médico, artista, juiz de ténis e de boxe, piloto de kart, chef, arqueologista ou até especialista em demolições. Um tipo versátil, portanto.

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O chef Mario, em Yoshi’s Cookie (1992)

2. Mario nem sempre foi Mario

Quando apareceu pela primeira vez, em Donkey Kong, Mario dava pelo nome de Jumpman, devido à sua função primordial ser precisamente essa…saltar. Jumpman só se tornaria Mario mais tarde, graças às semelhanças com o dono do armazém onde nessa altura estava instalada a Nintendo America — um italo-americano chamado Mario Segale. Não está confirmado se esse Mario (Segale) exibia, na altura, um farfalhudo bigode ou tinha dotes para consertar canos, mas lá que serviu de inspiração ao presidente da empresa, Minoru Arakawa, serviu. Mais sobre essa relação neste interessante artigo. E se quanto ao nome próprio não há discussão, já o apelido causou polémica numa cena — reproduzida abaixo — do (medíocre) filme Super Mario Bros (1993). Mas o seu criador garante que a personagem só tem um nome, Mario.

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3. Mario inspirou a criação de Sonic

Se a Nintendo tem Mario, a rival Sega, tinha Sonic, o rapidíssimo ouriço azul que recolhia moedas e combatia o vilão Dr. Robotnik. O que poucos saberão é que um levou à criação do outro. O criador de Sonic, Yuji Naka, explicou na altura do 25ºaniversário de Super Mario Bros que como o jogo não permitia salvar o progresso e obrigava a começar do início a cada mensagem de Game Over, tentava sempre ultrapassar o primeiro nível da forma mais rápida possível. Foi essa pressa que inspirou o conceito do primeiro Sonic The Hedgehog, lançado em 1991.

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A primeira vez que Mario e Sonic apareceram juntos num jogo foi em 2008, a propósito dos Jogos Olímpicos de Pequim.

4. Mario e Luigi eram a mesma personagem

Na primeira versão de Mario Bros, Mario e o irmão mais novo (e não gémeo, como alguns pensam) Luigi eram a mesma personagem mas com cores diferentes, vermelho e verde. Isto por causa das limitações gráficas da época. Nessa altura, Luigi — cujo nome foi inspirado por uma pizzaria próxima da Nintendo America chamada Mario & Luigi — só era chamado à ação quando havia um segundo jogador. Como não havia assim tantos títulos para dois jogadores, rapidamente ganhou notoriedade, tendo-se tornado figura central das campanhas publicitárias à volta do jogo. A primeira vez que Mario e o seu sidekick Luigi apresentaram diferenças notórias foi em Super Mario Bros 2: Luigi passou a saltar mais alto do que Mario, embora sem tanta precisão nos movimentos.

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Luigi, o sidekick, numa rara aparição como personagem principal, em Mario is Missing (1992).

5. Mario tem voz própria

Se nos primeiros tempos Mario era um herói mudo, pelas evidentes deficiências sonoras das consolas dos anos 80, passados alguns anos começou a ter voz própria, cortesia de Charles Martinet, ator e locutor californiano. Segundo a BBC, Martinet começou por fazê-lo em feiras de promoção da marca, ainda antes dos videojogos, tendo-se inspirado numa personagem da peça A Fera Amansada, de Shakespeare, para ganhar a audição que lhe permite  ainda hoje dar voz ao canalizador de Brooklyn, seja qual for a ocasião.

6. Mario já foi vilão

Apesar do seu ar bonacheirão e simpático, nem sempre Mario foi herói. Em Donkey Kong Jr. surge, pelo contrário, como um enorme vilão, antagonista da personagem principal da prequela, Donkey Kong, mantendo-o preso numa jaula até ser resgatado pelo filho, herói do jogo. E não é exemplo único. Também em Donkey Kong Circus, da mesma saga, Mario está do lado dos maus, ainda que de forma bastante mais passiva.

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Em cima, Mario (o vilão) protege o seu prisioneiro, Donkey Kong.

7. Mario gosta de segredos

Super Mario Bros esconde uma quantidade assinalável de truques e falhas que podem ser aproveitadas para, por exemplo, ganhar vidas infinitas ou acabar o jogo em menos de cinco minutos. E se alguns se devem à arquitetura algo rudimentar dos videojogos dos anos 80 outros foram incluídos de propósito no jogo, segundo o seu criador, Shigeru Miyamoto. Quem dedicou algumas horas da sua vida a Super Mario Bros lembrar-se-á do famoso mastro de bandeira que marcava o final de cada nível. Havia quem jurasse ser possível saltar por cima dele, apesar de aparentemente impossível. E o YouTube dá-lhes razão.

8. Mario tem dois amores. Ou mais

Se boa parte da vida de Mario foi dedicada a salvar a princesa Peach, herdeira do reino do chamado Mushroom Kingdom (Reino dos Cogumelos) ganhando, como recompensa, um beijo e, nos dias de sorte, um bolo, a verdade é que no coração do herói cabe mais do que uma mulher. Pauline, a primeira namorada de Mario, vem dos tempos de Donkey Kong, a primeira aparição da personagem, e a relação parece ter durado até à série Mario Vs Donkey Kong, iniciada em 2004. Mas a situação amorosa de Mario não termina aqui: em Super Mario Land quem precisa de ser salva é a princesa Daisy. Ao cumprir a missão, um coração aparece sobre a cabeça dos dois. Resumindo, é um galã.

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Mario, a princesa Peach e o seu ajudante Toad em Super Smash Bros, título da Wii U.

9. Mario é um recordista

O sucesso e a fama da personagem são inegáveis e traduzem-se em alguns dados impressionantes. Conta o site The Escapist que na edição de 2010 do Livro dos Recordes do Guinness há uma dezena de entradas dedicadas ao herói deste artigo. As razões são várias: não só é a personagem que apareceu no maior número de títulos (mais de 200), como é o responsável pela série de videojogos mais vendida de sempre (Super Mario), entre outros.

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A saga Mario Kart foi uma das que contribuiu para o sucesso da personagem.

10. Mario merece ser revisitado. E celebrado

O clássico Super Mario Bros pode ser jogado nos dias de hoje sem ser necessário desterrar a velhinha NES (Nintendo Entertainment System) ou coisa do género. Basta uma ligação à internet e um teclado funcional para recordar os velhos tempos de vício, em sites como o 8bbit.com ou o explodingrabbit.com. Já quem quiser saber o que Mario anda a fazer nos dias que correm, deve olhar para o recentíssimo Super Mario Maker, lançado para a Wii U no mês passado, precisamente para celebrar o trigésimo aniversário de que aqui se fala.