Três dos sete detidos na “Operação Morcego” vão ficar em prisão preventiva e os restantes sujeitos a apresentações periódicas às autoridades policiais, informou nesta quinta-feira à Lusa o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). As medidas de coação foram determinadas pelo Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde os suspeitos foram hoje ouvidos.

A “Operação Morcego” levou ao desmantelamento de uma nova rede criminosa internacional de auxílio à imigração ilegal, que fazia entrar estrangeiros em Portugal, que falsificavam documentos e furtavam casas, em Lisboa e Loures, anunciou hoje o SEF.

A rede, “composta por profissionais do crime”, oriundos da região do Cáucaso, foi desmantelada na quarta-feira e resultou na detenção de sete pessoas e na apreensão de dinheiro e joias, cujo valor não foi especificado, de dois quilos de haxixe e gazuas (ferros para abrir fechaduras).

Segundo o SEF, os sete suspeitos podem estar ligados a uma outra organização internacional do mesmo tipo, desmantelada em maio de 2013, no âmbito da “Operação Vory”, e que conseguiram “manter a célula criminosa em Portugal, readaptando o modo de atuação para evitarem ser detetados pelas autoridades”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os furtos em residências ocorriam, sobretudo, no Parque das Nações e nos Olivais, em Lisboa, e no Bairro do Infantado, em Loures.

Parte dos valores furtados era escoada para fora de Portugal, “diretamente para cúpulas da organização criminosa, na Europa ou no país de origem”, e “outra parte seria escoada em Portugal através de lojas de compra e venda de ouro”, de acordo com um comunicado do SEF, divulgado anteriormente.

Os operacionais da rede, experientes, “atuavam de forma organizada, efetuando intrusões discretas em prédios com vista a verificar previamente o tipo de fechaduras das portas e as rotinas dos moradores”.

Depois, recorrendo a gazuas, entravam nas casas e apropriavam-se de dinheiro, joias e relógios, “deixando os locais sem quaisquer sinais visíveis da sua presença”.

Os elementos da célula portuguesa da organização “pautavam-se por um comportamento discreto, de modo a não chamarem a atenção das autoridades, sendo portadores de documentos falsos que lhes davam identidades de países da União Europeia”.