Os Passadiços do Paiva, inseridos no Arouca Geopark, em Aveiro, voltaram a ser consumidos pelas chamas. Ainda não foi possível fazer o balanço dos estragos, mas há fotografias tiradas ao meio-dia desta quinta-feira que mostram partes da estrutura de madeira, e a envolvência natural, queimadas. A frente ainda se encontra ativa, confirmaram os Bombeiros Voluntários de Arouca ao Observador.

Os Passadiços foram evacuados na tarde de quarta-feira, devido à proximidade das chamas, e encontram-se neste momento encerrados ao público, sem previsão de quando poderão abrir.

Da lista das 13 “ocorrências importantes” apontadas no ‘site’ da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o distrito de Aveiro concentra um total de 1.171 operacionais e destacava-se, por concentrar dois dos maiores fogos — em Águeda (337 elementos de forças de segurança e socorro e 103 viaturas) e Anadia (331 operacionais e 98 veículos). O incêndio de Águeda deflagrou já na segunda-feira de madrugada.

No mesmo distrito, 435 operacionais e 141 viaturas distribuem-se no combate às chamas em dois incêndios no concelho de Arouca (um dos quais com início na tarde de segunda-feira), e um no de Castelo de Paiva (com início na madrugada de quarta-feira). A Serra da Freita foi fustigada.

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passadiços do paiva

© Foto cedida ao Observador por Ricardo Mendes

Abertos em junho de 2015, os Passadiços do Paiva foram um sucesso imediato, devido ao percurso a pé ao longo de oito quilómetros pela margem esquerda do Rio Paiva. As paisagens, que incluem descidas de águas bravas, cristais de quartzo e o contacto com alguns animais, alguns em vias de extinção na Europa, atraíram logo muita gente.

No entanto, em setembro, a estrutura ardeu na sequência de um incêndio na Serra da Freita. Foi preciso reconstruir tudo e os Passadiços voltaram a abrir ao público em fevereiro deste ano. Em cinco meses, passaram por lá 145 mil pessoas.

A estrutura em madeira deverá ser reconstruída. O que mais preocupa os arouquenses são os danos à fauna e à flora. De acordo com a Agência Lusa, Aveiro era, na madrugada de quarta para quinta-feira, o distrito que concentrava o maior dispositivo de combate aos incêndios em Portugal Continental, com 1.191 operacionais e 379 viaturas alocadas ao combate de 13 incêndios. Deste dispositivo, perto de 300 operacionais apoiados por mais de 92 viaturas estava àquela hora a combater as chamas em Arouca, depois de o fogo ter ameaçado chegar à vila.