Estão a decorrer “conversas discretas” entre a chancelaria de Angela Merkel e as autoridades norte-americanas sobre o Deutsche Bank, noticia a agência Reuters. As conversas estão relacionadas com o processo judicial que o Departamento de Justiça tem em curso, contra o banco alemão, e que poderá passar por acordo extrajudicial multimilionário. O objetivo das conversas é, segundo a notícia, acelerar o processo e eliminar este ponto de interrogação sobre o futuro do banco.

O processo em tribunal está relacionado com a venda irregular de produtos financeiros que estiveram ligados ao colapso financeiro de 2008. As ações do Deutsche Bank têm estado sob forte pressão sobretudo desde que foi noticiado que as autoridades norte-americanas pretendiam um valor na ordem de 14 mil milhões de dólares para encerrar este processo. Na última sexta-feira, foi noticiado, contudo, que estaria próximo um acordo para que o Deutsche Bank pagasse (apenas) um pouco mais de 5 mil milhões de euros.

Essa notícia de sexta-feira ainda não foi confirmada e, agora, a Reuters não fala em valores mas, sim, em encontros informais para que o processo seja resolvido o quanto antes. As fontes próximas do processo citadas pela agência noticiosa dizem que os “encontros a todos os níveis” podem ajudar o Deutsche Bank a ganhar tempo para resolver outros problemas, como a reestruturação operacional em curso.

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, está em Washington DC esta semana, por ocasião dos encontros anuais do FMI. Mas, segundo a Reuters, não estão previstas reuniões de Schäuble com representantes do Departamento de Justiça. Pode haver, porém, reuniões paralelas: “É possível ter reuniões. Não tem, obrigatoriamente, de ser o ministro”, disse uma das fontes citadas pela Reuters.

O objetivo da chancelaria de Merkel é, também, acelerar uma solução para evitar que o tema continue na ordem do dia na aproximação às eleições de 2017, escreve a Reuters. O Deutsche Bank é o maior banco alemão e emprega cerca de 100 mil pessoas, mas o governo tem mantido uma posição pública de não-intervenção.

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