Uma publicação colocada no Facebook afirma que o Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha, apelou aos investidores para deixarem de investir no euro e passarem a apostar antes no dólar. “A queda Europeia vai ser… com estrondo”, prenuncia o autor da publicação, partilhando de seguida um artigo do Ámbito Financiero, um dos principais jornais económicos da Argentina.

Mas a notícia diz precisamente o contrário daquilo que se afirma na publicação que a partilha. O título do artigo, publicado a 3 de fevereiro e sem assinatura identificável, refere-se ao Deutsche Bank como “um dos maiores bancos do mundo” e noticia que ele “recomenda investir em euros”. O lead da notícia, o parágrafo que destaca a informação essencial do artigo, repete essa informação.

A mensagem da publicação contraria a notícia partilhada.

Em causa está o facto de o Banco Central Europeu (BCE) ter reconhecido que “a situação inflacionária do bloco mudou”, o que para o Deutsche Bank tornaria mais viável um investimento a longo prazo tanto em euro como em dólar norte-americano, porque a subida da taxa de juros traduz-se numa valorização dos capitais investidos.

A informação que surge no Ámbito Financiero é precisamente aquela que foi veiculada também no dia 3 de fevereiro pela Reuters, citando um comunicado do banco presidido por Christine Lagarde. O artigo da Reuters diz claramente que o Deutsche Bank aconselhou os clientes a “comprar euros” por causa do “pivô” do BCE — um nível de preço que pode indicar o movimento dos mercados.

Conclusão

É falso que o maior banco da Alemanha tenha aconselhado os clientes investidores a deixarem de investir no euro e passarem a investir no dólar. A sugestão do Deutsche Bank é precisamente que se invista no euro, assim como dólar, porque o valor da moeda tenderá a crescer. A mensagem da publicação é contrária à notícia, essa sim legítima, que ela partilha.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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