Pedro Romano Martinez, diretor da Faculdade de Direito de Lisboa, garante que não vai abrir um inquérito interno a Domingos Farinho, professor naquela faculdade, devido às suspeitas de que será o alegado autor dos dois livros de José Sócrates: A Confiança no Mundo, sobre tortura, e o mais recente, O Dom Profano, sobre carisma, que chega às livrarias a 28 de outubro.

Ao Observador, o professor catedrático assegura que não foi contactado pela equipa do Departamento Central de Investigação e Ação Penal que está a investigar a Operação Marquês e acrescenta:

Todas as referências indicadas na mensagem e que têm sido divulgadas na comunicação social constarão eventualmente de um processo judicial em segredo de justiça, factos que a direção da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) desconhece e que não tem competência para investigar”, afirma.

Por outro lado, o próprio diretor da FDUL falou com Domingos Farinho, tendo este defendido a sua versão dos factos, que, segundo Pedro Romano Martinez, “não corresponde à versão veiculada nos órgãos da comunicação social, razão pela qual não está em causa a abertura de um inquérito interno”, conclui.

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De acordo com as suspeitas do Ministério Público, Domingos Farinho terá recebido um total de 100 mil euros (diretamente e através da sua mulher, Jane Kirkby) pela alegada escrita daquelas obras.

Domingos Farinho já negou essas acusações ao Observador: “Já por diversas vezes, de há um ano a esta parte, afirmei que não escrevi a tese de mestrado do eng.º José Sócrates. A minha colaboração foi formal. Mais recentemente, pude esclarecer que não tive qualquer participação em livros subsequentes. Aliás, nos últimos dois anos estive em contacto com o eng.º José Sócrates por apenas duas vezes em ocasiões sociais e por alguns minutos. Prestei ao Ministério Público, há cerca de dois meses e meio, como testemunha, todas as informações e esclarecimentos que este entendeu necessários no âmbito do processo em curso. Naturalmente, estou disponível para prestar quaisquer informações e esclarecimentos complementares, se o Ministério Público entender necessário”.

Já Jane Kirkby diz que já prestou “todos os esclarecimentos que o Ministério Público entendeu necessários, enquanto testemunha no processo que está em curso”. “Não pretendo falar publicamente sobre o mesmo”, concluiu a advogada.

Pode ler aqui o perfil de Domingos Farinho.