A gasolina, como qualquer outro combustível utilizado para mover um motor de combustão interna, é um fluido e, apesar de ser o mais caro, continua a ser sensível à temperatura. Quer isto dizer que, se colocarmos num depósito vazio 100 litros de gasolina, de manhã muito cedo, com uma temperatura de 10ºC, vamos ter à nossa disposição cerca de 102 litros quando formos a caminho do Algarve, com o veículo exposto ao sol de Inverno e a uma temperatura de 30ºC.

A vantagem pode não parecer muita, mas 2 litros permitem percorrer mais 40 quilómetros num automóvel diesel de média dimensão, e cerca de 30 se o veículo em causa consumir gasolina, cujos consumos são ligeiramente superiores. Ao fim de um ano, ou 15.000 quilómetros – o valor médio percorrido por muitos automobilistas –, a economia gerada está longe de ser despiciente.

Não vamos complicar o raciocínio introduzindo o conceito de coeficiente de expansão térmica, fixando-nos antes no facto de a água aumentar relativamente pouco de volume com o incremento da temperatura – sensivelmente o mesmo do que o mercúrio –, enquanto a gasolina é cinco vezes mais sensível a este argumento. Mais do que isto, só mesmo fluidos como o álcool etílico, que bate a gasolina em 20% e é por isso usado em alguns termómetros, associado a um corante vermelho.

Portanto já sabe, se abastecer de manhã, quando está mais frio, ganha aproximadamente 1% de combustível por cada variação de 10ºC, vantagem que se torna mais evidente quando os depósitos das bombas não são subterrâneos ou estão mal isolados. Mas será sempre assim?

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Sim, mas nem sempre

Há algumas umas nuances que deve ter presente. Primeiro, nas bombas de combustível com depósitos subterrâneos bem isolados, a gasolina armazenada lá dentro é pouco sensível ao frio da noite porque a camada de terra que a protege serve de isolante.

Mas não é menos verdade que, se o combustível for transportado de autotanque durante a noite – como normalmente acontece nos reabastecimentos dos postos –, o combustível arrefece (tanto mais quanto maior for a viagem) e leva depois muito tempo a aumentar de temperatura dentro do depósito subterrâneo.

Depois, se quer usufruir da poupança, fuja das bombas mais modernas, pois algumas têm sistemas de compensação de temperatura, o que lhes permite corrigir o volume fornecido em face da temperatura do líquido. Parece complicado? E é, mas ninguém lhe disse que isto de poupar era uma tarefa fácil.