O Estado Islâmico já reivindicou o atentado ocorrido na madrugada da passagem de ano, na discoteca mais bem frequentada de Istambul, na Turquia, que causou 39 mortes e 65 feridos. A polícia turca deteve, entretanto, oito pessoas suspeitas de estarem relacionadas com o ataque.

“Na continuação das operações sagradas que o Estado islâmico está a levar a cabo contra o protetor da cruz, Turquia, um soldado heróico do califado atingiu um dos mais famosos clubes noturnos onde os cristãos celebram o seu feriado infiel”, lê-se no comunicado do Estado Islâmico, cuja autenticidade não está garantida, citado pela Reuters.

Nesse mesmo comunicado, vem referido que este ataque é uma “vingança” pelos bombardeamentos que a Turquia tem liderado contra muçulmanos no território sírio. “Que o Governo infiel da Turquia saiba que o sangue dos muçulmanos que está a ser derramado pelos bombardeamentos dos seus aviões se vai converter em fogo na sua própria casa.”

As primeiras notícias falavam em dois homens vestidos de Pai Natal que tinham entrado na discoteca Reina, onde se encontrariam 500 a 600 pessoas, e disparado indiscriminadamente, um pouco antes da 1h30, hora local. Mas mais tarde, as autoridades revelaram que o ataque, que durou sete minutos, foi perpetrado apenas por um atirador, como o vídeo gravado pelas câmaras de segurança à entrada da discoteca evidencia.

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Segundo o El País, o atirador disparou um total de 180 balas, distribuídas por seis carregadores.

O homem, que mudou de roupa e fugiu do local fazendo-se passar por um civil assustado, continua a ser procurado pelas autoridades, inclusive com recurso a helicópteros. As autoridades consideram possível que o atacante, que abandonou a arma no local, esteja ligado à mesma célula que, em junho, levou a cabo um triplo atentado suicida e um ataque no aeroporto Ataturk, em Istambul, que provocou 45 mortos e mais e 230 feridos.

Das 39 pessoas que perderam a vida na discoteca Reina, 11 eram turcos, um tinha dupla nacionalidade (turco e belga), sete eram da Arábia Saudita e tinham viajado para Istambul para comemorar o Novo Ano, três eram iraquianos e outros três libaneses. Desta lista de vítimas mortais fazem ainda parte dois tunisinos, dois indianos, dois marroquinos, dois jordanos, uma pessoa do Kuwait, uma do Canadá, uma de Israel, outra da Síria e ainda um russo. De acordo com a Aljazeera, resta apenas identificar identidade de uma das vítimas mortais.

O presidente turco condenou o ataque e prometeu ser implacável com os autores do atentado. “Eles operam para baixar a moral do país e semear o caos e escolhem civis como alvo dos seus ataques de ódio”, lê-se no comunicado, onde Erdogan garante que a Turquia está determinada a lutar contra os atentados: “Como nação, vamos combater para acabar não só com os ataques armados dos grupos de terroristas, mas também os ataques económicos, políticos e sociais”.

Istambul estava em alerta e com segurança reforçada (17 mil polícias nas ruas) neste fim de semana de festejos da passagem de ano, depois do ataque do dia 19 no mercado de Natal em Berlim, mas nem isso impediu o ataque que provocou mais 39 mortes. Em 2016, pelo menos 275 pessoas morreram na sequência de ataques terroristas concretizados na Turquia, reivindicados pelo Estado Islâmico e pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão.