Já se sabe a origem da rajada rápida de rádio detetada pela primeira vez vinda do espaço profundo em 2007. De acordo com a Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos, estas ondas rádio pulsantes altamente energéticas detetadas originalmente pelo Observatório Very Large Array parecem ter vindo de uma galáxia anã muito pouco brilhante a três mil milhões de anos-luz da Terra. Em dez anos, esta rajada só tinha sido detetada uma vez e apenas durante alguns milissegundos. Outras dezassete rajadas foram detetadas desde então, mas nenhuma delas repetidamente.

FRB 121102, nome técnico com que os cientistas batizaram esta rajada, foi alvo de muitas conspirações nos últimos dez anos. Houve quem julgasse que tinha sido enviado pelo material expelido por um buraco negro, houve quem defendesse que tanta energia só podia vir de uma estrela gigante e havia ainda quem não pusesse de parte a hipótese de esta ser uma mensagem enviada por extraterrestres. Agora há mais informações sobre esta rajada: de acordo com Shriharsh Tendulkar, membro da Universidade de Montréal que estudou o sinal, “todas essas explicações foram afastadas, pelo menos para esta rajada em particular”.

Esta rajada rápida de rádio vinha acompanhada por uma segunda emissão de ondas rádio contínua, persistente e mais fraca. Segundo o estudo publicado da Nature e no Astrophysical Journal Letters, observações mais precisas feitas recentemente provaram que essa rajada deve ter origem algures a mais de 100 anos-luz do nosso planeta. E pode até ter a mesma energia que a rajada mais energética: “Achamos que estas rajadas e a fonte contínua podem ter origem no mesmo objeto ou então estar, de alguma forma, fisicamente relacionadas com ele”, explicou Benito Marcote, cientista da Base de Interferometria Muito Longa, na Holanda.

Embora saibamos agora que a FRB 121102 tem origem numa galáxia anã muito distante, ainda não há certezas sobre que corpo a está a criar. Os cientistas apostam que pode ser uma estrela de neutrões extremamente densas, provavelmente um “magnetar”, com um campo magnético muito forte, rodeado pelo que restou de uma explosão estelar.

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