Entidades que se envolveram na eleição do atual secretário-geral da ONU, publicaram esta terça-feira um relatório em que pedem a António Guterres mais espaço nas Nações Unidas para representantes da sociedade civil.

O relatório foi coligido por quatro organizações – Associação ONU do Reino Unido, Friedrich-Ebert-Stifting, CIVICUS e Avaaz – que fundaram no ano passado o movimento “1 for 7 billion” (“Um para set mil milhões”), uma campanha que reuniu cerca de 750 organizações e foi uma das vozes mais influentes na exigência de maior transparência na eleição para secretário-geral.

“A ONU, acima de tudo o resto, tem de prestar contas às pessoas. A longevidade e o mandato da ONU está amplamente relacionado com a sua capacidade de servir e envolver de forma ativa os cidadãos dos 193 Estados-membros”, explica, em comunicado, uma das autoras do relatório, a presidente do Movimento Africano de Juventude, Aya Chebbi.

O relatório inclui sugestões práticas de como António Guterres pode melhorar o multilateralismo dentro da organização, não apenas entre os governos, mas também com líderes comunitários, organizações da sociedade civil e ativistas.

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O relatório lembra que “o renovado processo de escolha do secretário-geral marcou um importante passo na direção de uma ONU mais transparente e inclusiva” e lembra que Guterres prometeu, durante a campanha, que “diálogo e cooperação com a sociedade civil serão um dos aspetos centrais das atividades da ONU nos próximos anos.”

“Cobrando esta promessa a Guterres, esta série de artigos refere-se a uma série de temas importantes relativos ao envolvimento da sociedade civil nos processos e programas da ONU, incluindo nos esforços de manutenção de paz, desenvolvimento sustentável e ajuda humanitária”, diz.

O relatório, que inclui 13 artigos escritos por autores de todo o mundo, congratula ainda António Guterres pela nomeação da sua vice-secretária-geral, Amina Mohammed, que “ajudou a garantir níveis sem precedente de participação da sociedade civil no processo que culminou com a aprovação da Agenda 2030.”

“Estamos a contar consigo para ser o defensor da sociedade civil na ONU, e desejamos-lhe todo o sucesso no seu trabalho”, acrescentam os autores.