Uma pessoa morreu e pelo menos outras cinco ficaram feridas nas últimas horas na Venezuela, elevando para 10 o número de mortes ocorridas durante os protestos contra o Governo venezuelano, que se intensificaram nas últimas três semanas.
A informação de um morto foi avançada pelo presidente da câmara de Sucre, Carlos Ocariz, no Twitter.
1. Con mucho dolor informo la muerte por impacto de bala de Melvin Guaitan, humilde trabajador vecino del Barrio Sucre #Petare.
— Carlos Ocariz (@CarlosOcariz) April 21, 2017
2. Melvin fue asesinado en la entrada del Barrio 5deJulio durante la protesta esta noche. Exigimos se investigue y castigue a los culpables!
— Carlos Ocariz (@CarlosOcariz) April 21, 2017
Na última noite, registaram-se protestos em várias zonas de Caracas, entre as quais La Candelária, El Valle, El Paraíso, Baruta, La Califórnia, La Urbina, Santa Fé e La Trinidad.
Em El Valle (sul) um grupo de 30 manifestantes saqueou dois supermercados, uma loja de bebidas alcoólicas e uma padaria.
Funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) acorreram ao local com vários veículos blindados militares. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia.
Ainda em El Valle, 54 crianças que se encontravam internadas no Hospital Materno Infantil foram retiradas num confuso incidente que o Governo venezuelano diz ter sido produto de um ataque e que a imprensa local atribui ao efeito do gás lacrimogéneo lançado pelas autoridades.
Por outro lado, em La Campinha (centro-leste) a polícia venezuelana interveio quando um grupo de 25 pessoas tentou saquear o Supermercado Maturín, propriedade de madeirenses radicados na Venezuela.
Residentes na zona dizem que a tentativa de saque ocorreu pelas 00h30 horas locais de hoje (5h30 em Lisboa) e que, apesar da intervenção policial, os saqueadores conseguiram fugir com vários produtos.
Agentes da GNB permanecem no local, a guardar o supermercado.
A oposição venezuelana está a apelar à população para protestar pacificamente e evitar provocar danos a estabelecimentos comerciais.
Desde há três semanas que os protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro se intensificaram na Venezuela, após a divulgação de duas sentenças em que o Supremo Tribunal de Justiça concede poderes especiais ao Chefe de Estado, limita a imunidade parlamentar e assume as funções do parlamento.