Uma pessoa morreu e pelo menos outras cinco ficaram feridas nas últimas horas na Venezuela, elevando para 10 o número de mortes ocorridas durante os protestos contra o Governo venezuelano, que se intensificaram nas últimas três semanas.

A informação de um morto foi avançada pelo presidente da câmara de Sucre, Carlos Ocariz, no Twitter.

Na última noite, registaram-se protestos em várias zonas de Caracas, entre as quais La Candelária, El Valle, El Paraíso, Baruta, La Califórnia, La Urbina, Santa Fé e La Trinidad.

Em El Valle (sul) um grupo de 30 manifestantes saqueou dois supermercados, uma loja de bebidas alcoólicas e uma padaria.

Funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) acorreram ao local com vários veículos blindados militares. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ainda em El Valle, 54 crianças que se encontravam internadas no Hospital Materno Infantil foram retiradas num confuso incidente que o Governo venezuelano diz ter sido produto de um ataque e que a imprensa local atribui ao efeito do gás lacrimogéneo lançado pelas autoridades.

Por outro lado, em La Campinha (centro-leste) a polícia venezuelana interveio quando um grupo de 25 pessoas tentou saquear o Supermercado Maturín, propriedade de madeirenses radicados na Venezuela.

Residentes na zona dizem que a tentativa de saque ocorreu pelas 00h30 horas locais de hoje (5h30 em Lisboa) e que, apesar da intervenção policial, os saqueadores conseguiram fugir com vários produtos.

Agentes da GNB permanecem no local, a guardar o supermercado.

A oposição venezuelana está a apelar à população para protestar pacificamente e evitar provocar danos a estabelecimentos comerciais.

Desde há três semanas que os protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro se intensificaram na Venezuela, após a divulgação de duas sentenças em que o Supremo Tribunal de Justiça concede poderes especiais ao Chefe de Estado, limita a imunidade parlamentar e assume as funções do parlamento.