Dez hospitais têm atualmente uma reserva de sangue para sete dias, capaz de responder a eventuais necessidades com origem nas comemorações do centenário das “aparições” de Fátima, ou a algum acontecimento imprevisível, segundo uma responsável do setor.

Em entrevista à agência Lusa, a diretora técnica do Centro de Sangue e Transplantação de Lisboa, Ana Paula Sousa, afirmou que os hospitais envolvidos têm de assegurar uma reserva de sangue para sete dias, o que está a acontecer.

De acordo com o Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, a emergência pré-hospitalar irá garantir um primeiro eixo de resposta.

Um segundo eixo hospitalar (em maior proximidade geográfica e para situações de menor gravidade) será composto pelo Hospital Distrital de Santarém, Centro Hospitalar do Médio Tejo, Centro Hospitalar do Oeste e o Centro Hospitalar de Leiria.

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Existirá ainda um terceiro eixo constituído por unidades hospitalares com serviços de urgência polivalentes e maior capacidade para doentes críticos: Centro Hospitalar do Porto, Centro Hospitalar São João, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Os hospitais do segundo e terceiro eixo são os que têm de assegurar esta reserva de sangue para sete dias, segundo Ana Paula Sousa, que representa o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) na Comissão de Gestão do Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, a 12 e 13 de maio.

Desde fevereiro que o IPST tem trabalhado no sentido das unidades hospitalares de segundo e terceiro eixo terem constituído as reservas de sangue adequadas face ao potencial do evento.

“Os hospitais têm de ter a reserva adequada todos os dias. É evidente que vai haver uma atenção mais especial face ao evento de 12 e 13 de maio, mas os hospitais – e dando cumprimento aquilo que é também a missão do IPST, que é garantir a regularidade da dádiva mas também que os hospitais tenham uma reserva adequada de sangue – devem ter essa prática diária”, disse.

Segundo Ana Paula Sousa, “é fundamental que os hospitais tenham desde sempre uma reserva entre cinco a sete dias, de forma a que, face um evento, seja ele o que se aproxima, que é um evento previsível, ou um imprevisível, que não tem data marcada, os hospitais tenham capacidade de resposta”.

Em relação ao centenário das “aparições” de Fátima, com o papa Francisco, a 12 e 13 de maio, a especialista disse que, da experiência em outros países, o consumo de sangue não deve ultrapassar as reservas que existem nas instituições.

Lembrando o que disse o presidente da Comissão, António Marques da Silva, na apresentação do Plano de Contingência, “as reservas têm de ser vistas de uma forma séria e adequada”.

Segundo Ana Paula Sousa, “este evento terá de ter uma tradução muito mais além de Fátima, que é a constituição de uma reserva nacional capaz de dar resposta a qualquer evento, seja ele previsível ou imprevisível”.

“Esta vinda do papa é de extrema importância, mas o que está previsto em termos de planeamento de sessões de colheita e aquilo que os hospitais envolvidos no segundo e terceiro eixo têm em termos de planeamento de colheitas é o adequado”, disse.

Para Ana Paula Sousa, “não há necessidade de qualquer alarme, pois é a colheita adequada para que esta reserva a sete dias seja constituída”.

O papa Francisco estará em Fátima para assinalar o centenário das “aparições” a 12 e 13 de maio e canonizar os dois pastorinhos Jacinta e Francisco.