O Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique levantou esta sexta feira a suspensão da comercialização de carnes importadas que já estão no país, mas a importação continua interdita.

Falando em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério da Indústria e Comércio, Nelson Jeque, afirmou que frango e outra carne proveniente sobretudo do Brasil, mas também de outros países, e que se encontra em território moçambicano já pode ser vendida. O governo tinha suspendido a importação e comercialização a 30 de março para avaliar se a carne que entrou no país fazia parte de lotes supostamente adulterados e detetados na sequência da investigação “Carne Fraca”, desencadeada pela Polícia Federal brasileira.

Resultados laboratoriais apuraram que não há risco para a saúde pública no que respeita à carne que já entrou.

Estando na posse de grande parte dos resultados laboratoriais, que são negativos, o Governo autoriza que os ‘stocks’ na posse de importadores e de retalhistas sejam comercializados, a partir de hoje”, acrescentou Nelson Jeque.

A inspetora-geral da Inspeção Nacional das Atividades Económicas de Moçambique (INAE), Rita Freitas, disse que a decisão vai libertar para venda 1,7 toneladas de frango cativados pelos importadores e retalhistas.

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O porta-voz do Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique, explicou que o levantamento da suspensão abrange apenas o produto que já se encontrava em território nacional pronto para venda, mantendo-se a interdição de importação de frangos e carnes até ao apuramento do défice no mercado nacional. O executivo quer saber qual a capacidade dos produtos avícolas moçambicanos para abastecer o mercado nacional.

As importações deverão ser autorizadas em quantidade equivalente ao défice, referiu.

Mantém a restrição da importação do frango, tendo em conta o mecanismo [estabelecido] para o efeito”, disse Nelson Jeque, referindo-se à determinação da quota de importação do frango.

No âmbito da “Operação Carne Fraca”, a polícia brasileira investiga fiscais que supostamente recebiam subornos de empresas para emitir certificados falsos para carne com prazo vencido, usando, em muitas circunstâncias, produtos químicos para disfarçar a deterioração do produto.