A retirada total do exército de Moçambique da região da Gorongosa, onde trocou fogo com o braço armado da Renamo em 2016, deve acontecer até final do primeiro semestre, anunciou o líder do partido. “Vamos fazer um calendário (…) para que até [final] do primeiro semestre deste ano se tenham retirado todas as tropas da região da Gorongosa”, referiu Afonso Dhlakama numa entrevista à edição desta sexta-feira do semanário moçambicano Savana.

Aqueles foram os termos que diz ter definido com o Presidente da República, Filipe Nyusi – que, por sua vez, já na última semana tinha anunciado estar em curso a retirada total. A saída de militares foi testemunhada pela população da Gorongosa, no centro do país. Em causa estão “mais de 26 posições quase no mato” ocupadas pelos militares das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, acrescentou Dhlakama, mas sem precisar o número. Segundo referiu, não são posições “onde já houve quartéis”, mas sim postos “nas matas” e “quase a cercar a serra da Gorongosa” devido ao conflito.

O líder da Renamo refere que a logística está em curso e acredita que as tropas “não vão chegar a 30 de junho: todas as posições deverão sair, ficando só [preenchidas aquelas] onde havia polícia”. Afonso Dhlakama anunciou na quinta-feira em teleconferência com jornalistas em Maputo uma trégua ilimitada nos confrontos entre Renamo e Governo, que em 2016 provocaram baixas dos dois lados, no centro e norte do país. Várias estruturas civis foram também alvo de ataques com um número incerto de vítimas.

O líder da Renamo disse esperar que até final do ano se alcance um novo acordo de paz, o terceiro da história de Moçambique entre Renamo e Frelimo, partido que ocupa o poder desde a independência.

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