Fundada pelo designer dinamarquês Henrik Fisker em 2011 e declarada falida apenas um ano depois, a Fisker Automotive foi então adquirida pelos chineses do Wangxiang Group. Estes, após quatro anos de (supostos) desenvolvimentos, voltam agora a comercializar aquele que era o único modelo da marca, o Fisker Karma, nesta nova geração designado por Karma Revero. Sucede que a imprensa especializada norte-americana, que já teve oportunidade de testar o coupé desportivo de quatro portas, considera o resultado final ainda pior que o esperado.

Hoje em dia liderada por um conjunto de executivos que o grupo chinês foi buscar a fabricantes como a Tesla ou a Cadillac, a Karma está ter um regresso ao mercado tudo menos auspicioso. Não bastassem os sucessivos atrasos no lançamento de um modelo que supostamente teria sido submetido a um processo de desenvolvimento que se prolongou por três anos, agora a imprensa especializada, pura e simplesmente, arrasa este Karma Revero, com jornalistas como Hannah Elliot, da agência noticiosa Bloomberg, a recomendar taxativamente: “Não compre um Karma Revero, compre antes um Tesla. Ou qualquer outra coisa!”

A má impressão quanto ao modelo que marca o regresso do pequeno fabricante de automóveis eléctricos desportivos começa, desde logo, na prometida evolução feita pelo grupo chinês, que, sublinha imprensa internacional, não passou disso mesmo: uma promessa. Uma vez que, verdadeiramente novo, no Karma Revero, face ao modelo apresentado no início da década, só talvez mesmo as cores com que o desportivo eléctrico é comercializado…

Novo, novo? As cores?

Não merecendo da parte dos media nada melhor que um redutor “funciona”, é da parte da jornalista da Bloomberg que o Karma Revero recebe as maiores críticas. Com Elliot a apontar, inclusivamente e após uma semana com o carro, como únicos pontos positivos no modelo, o facto de conseguir ser atraente, ainda que apenas de alguns ângulos; o facto de ser um desportivo eléctrico; assim como a capacidade de transmitir a imagem de um automóvel caro. Ainda que, salienta, não conseguindo ser mais atraente do que os rivais, alguns deles mais baratos.

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Segundo a mesma jornalista, o maior problema no Karma Revero reside, no entanto, no seu peso elevado (2.450 kg). Ou seja, mais pesado que uma Ford F-150! Aspecto que acaba por condicioná-lo não só nas acelerações, que não vão além dos 5,4 segundos na passagem dos 0 aos 96 km/h, como também na autonomia eléctrica, que não excede os 80 km, graças à utilização de um conjunto de baterias de 21 kWh. As quais, uma vez esgotadas na sua capacidade eléctrica, recorrem a um quatro cilindros 2,0 litros para recarregar, ainda que com custos elevados nos consumos – 11,76 l/100 km é a média anunciada!

O Karma Revero consegue ser mais pesado que uma Ford F-150

Todos os valores anunciados para o Karma Revero ficam aquém dos obtidos pelos rivais, inclusivamente alguns mais baratos. Com Elliot a recordar, por exemplo, que qualquer Tesla Model S consegue ser mais rápido e apresentar maior autonomia, enquanto um Chevrolet Volt, proposta mais acessível, oferece consumos bem mais baixos. Sendo que, com um preço base de 130 mil dólares (pouco mais de 110 mil euros), o Revero oferece não apenas piores prestações, como é mais caro que a maior parte dos concorrentes directos.

Quanto à experiência de condução, Hannah Elliot não é menos dura, descrevendo-a como “mastigar areia”, graças também a arranques em que, diz a jornalista, o Revero mais parece estar com o travão de mão accionado. Sendo que, mesmo outras publicações, que se mostram bem mais benevolentes com o modelo, revelam prestações que, embora boas para o início da década, estão hoje totalmente ultrapassadas pelos rivais.