Melbourne, Hong Kong e Tóquio. Em cada uma destas três cidades, Tyler Brûlé, editor da Monocle e colunista do The Financial Times‎, ouviu falar de Lisboa. Uns perguntavam porque é que toda a gente visita a capital portuguesa, enquanto outros frisavam que valia a pena viajar até lá, um indício claro da popularidade da cidade nos dias que correm. Mas porquê? Afinal, porque é que todos querem visitar Lisboa? Para Brûlé, a resposta não está na publicidade que tem sido feita (que considera ter sido pouca), mas nos inúmeros empresários que escolheram Lisboa ou Porto para fazer os seus investimentos — foram eles que levaram o nome da capital portuguesa aos quatro cantos do mundo.

O interesse dos investidores no país tem a ver, segundo Brûlé, com o “facto de os portugueses ainda fazerem muitas das coisas de que precisamos”. Nesse sentido, Portugal beneficiou no aumento dos custos de produção na Ásia, que obrigou a um número cada vez maior de empresas a procurar alternativas na Europa. “Legiões de designers, gestores de produção e donos de marcas que passavam semanas em fábricas um pouco por toda a Ásia, começaram a voar para o Porto e Lisboa, contribuindo para criar o burburinho em torno das duas cidade”, escreveu o editor da Monocle na coluna de opinião do The Financial Times, “The Fast Lane”. O turismo veio apenas de arrasto, garante Brûlé.

Além disso, Tyler Brûlé acredita que o facto de Portugal estar na “ponta da Europa” também ajudou. “Isso significou que tiveram de lutar um bocadinho mais para se notarem e também para ter o luxo de olhar para a Europa e perceber as oportunidades em vez de estarem no centro e se sentirem complacentes”, disse Tyler Brûlé. “África e as Américas pareciam mais perto (porque estão) e isso também ajudou a atrair visitantes.”

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