O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, manifestou-se esta quinta-feira chocado com o assassinato a tiro do presidente da câmara de Nampula, norte de Moçambique, exortando as autoridades a levarem os autores do crime a tribunal para uma punição exemplar.

“Foi com sentimento de choque e profunda tristeza que tomei conhecimento da notícia do baleamento mortal, ao cair da noite de ontem, 04 de outubro de 2017, do senhor Mahamudo Amurrane, presidente do município de Nampula”, refere Filipe Nyusi, em comunicado distribuído esta quinta-feira pela Presidência da República.

Qualificando o ato de hediondo e vil, o chefe de Estado moçambicano considera que o homicídio contraria os esforços de preservação da paz, um património sagrado de todos os moçambicanos.

“Exortamos às nossas forças da lei e ordem para tudo fazerem com vista a que se esclareça o mais rápido possível a situação em que ocorreu o crime para que os seus prevaricadores sejam identificados, neutralizados, levados à barra da justiça e, exemplarmente, punidos”, lê-se na nota.

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Por seu turno, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido a que Mahamudo Amurane estava filiado, mas em relação ao qual já tinha anunciado a desvinculação, expressou a sua mágoa e indignação, exigindo justiça.

“Foi com profunda mágoa e indignação que o MDM tomou conhecimento do assassinato macabro de Mahamudo Amurante, membro da Comissão Política Nacional do MDM. Estamos perante mais um ato criminal de natureza pública, de todas as formas condenável”, afirmou Daviz Simango, em comunicado que leu esta quinta-feira à imprensa, na cidade da Beira, centro de Moçambique, onde é autarca.

Descrevendo o homicídio como brutal e covarde, Daviz Simango exigiu o esclarecimento urgente do crime e a responsabilização dos seus autores, assinalando que o mesmo não deve ficar impune como tantos que têm acontecido no país.

Entretanto, em comunicado, o Comité de Emergência para a Proteção das Liberdades, que defende a atividade da imprensa em Moçambique, considera que não é “razoável a abundância de crimes públicos sem rosto”, pelo menos nos últimos três anos em Moçambique.

“O ato macabro e cobarde que tirou a vida a Mahamudo Amurane há-de visar, bem vistas as coisas, todos os que se expressam livremente, em linha com os princípios estruturantes do Estado de Direito Democrático, que o nosso país subscreve formalmente, conforme o atesta a Constituição da República de Moçambique”, conclui o comitê.

Mahamudo Amurane foi morto a tiro na quarta-feira por um desconhecido na farmácia que geria no rés-do-chão da sua residência em Nampula.