O ministério da Administração Interna ordenou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) que faça uma auditoria à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Em comunicado enviado às redações, o MAI dá conta de que em causa estão os incêndios que ocorreram entre 14 e 16 de outubro, e que o objetivo é o “apuramento de eventuais responsabilidades”.

O comunicado do Ministério da Administração Interna refere que o ministro Eduardo Cabrita — há menos de duas semanas em funções, depois de substituir Constança Urbano de Sousa — “determinou à IGAI a realização de uma auditoria à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), na sequência dos incêndios iniciados entre os dias 14 e 16 de outubro de 2017, para apuramento de eventuais responsabilidades”.

Proteção Civil: “Estamos a viver o pior dia do ano em matéria de incêndios florestais”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A auditoria recai sobre o período em Portugal viveu “o pior dia do ano” em matéria de incêndios, de acordo com a própria Proteção Civil. Um dia com elevado risco previsto e para os qual a Proteção Civil tinha sido alertada de forma antecipada (com 72 horas de antecedência, escreveu o semanário Expresso há uma semana e meia) pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Esse aviso não evitou, no entanto, que 45 pessoas perdessem a vida vítimas dos incêndios que assolaram as zonas centro e norte do país.

“Todos os concelhos do continente tinham, pelo menos, risco elevado de incêndio e 60% tinham mesmo risco muito elevado ou máximo”, disse Nuno Moreira, no IPMA, ao semanário. Aquele domingo, 15 de outubro, “foi o dia com o risco meteorológico mais elevado”, acrescentava o especialista.

Havia 107 concelhos do país com risco máximo, mas esse alerta, feito três dias antes dos grandes incêndios de 15 de outubro, não surtiu efeito junto dos responsáveis da Proteção Civil. Estava em prática um reforço de meios face ao que seria normal para aquele período — com mais 882 operacionais de prevenção — mas mesmo assim esse número denunciava um défice de mais de 3000 elementos face ao nível de prontidão durante a fase Charlie (a fase de maior risco de incêndios).