Natalie Portman é a mais recente celebridade a juntar-se ao coro de vozes que, desde outubro, se tem insurgido contra os casos de assédio sexual em Hollywood. Esta segunda-feira, durante o Festival Vulture, em Los Angeles, a atriz disse já ter sido assediada ou discriminada em “quase todos os trabalhos” em que participou, apesar de não ter acontecido nada em concreto.

Se ao início, quando surgiram as primeiras acusações contra o produtor norte-americano Harvey Weinstein, Portman pensou ser uma sortuda por não ter passado por nada semelhante, após alguma reflexão a sua opinião mudou: “Nunca fui abusada mas fui, de alguma forma, discriminada ou assediada em praticamente todos os trabalhos”, confessou. “Fui de pensar que não tinha uma história que fosse para perceber que, afinal, tinha 100 histórias”, continuou a atriz, referindo que muitas pessoas estarão a passar por uma situação semelhante à sua, ao reanalisar muitas das coisas que, em tempos, eram tidas como parte do processo.

Uma dessas histórias aconteceu quando um produtor a convidou a viajar, mais a sua equipa, num avião privado para um destino em comum com Portman. Quando a atriz chegou ao avião percebeu que, afinal, ela e o produtor eram os únicos passageiros e que a cama estava preparada. “Não aconteceu nada. Mas aquilo foi mesmo inaceitável e manipulativo.” Natalie Portman contou que, à data, ficou assustada e admitiu ao produtor o seu desconforto — garante que, eventualmente, foi respeitada.

A atriz, vencedora um Óscar de Melhor Atriz pela sua participação no filme “Cisne Negro”, disse ainda que, quando era mais nova, recusou vários papéis que a poderiam objetificar em excesso.

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