Os funcionários dos Serviços de Informação e Segurança (SIS) guineense intentaram uma queixa-crime na Procuradoria-geral da República contra o Ministério do Interior, soube-se esta sexta-feira de fonte oficial.

Em carta dirigida ao Procurador, Bacari Biai, a que a Lusa teve acesso, os funcionários do SIS, entre os quais dois antigos diretores-adjuntos do SIS, pedem uma atuação judicial contra o Ministério do Interior, particularmente sobre dois agentes do comando da Polícia da Intervenção Rápida (PIR).

Os queixosos acusam os agentes da PIR de terem incorrido em crimes de abuso do poder, ocupação ilegal da sede do SIS, coação e constrangimento de funcionários, obstrução de funcionamento, bem como ofensa à dignidade dos funcionários e da instituição.

Referem-se ao incidente ocorrido no passado dia 4, em que, a mando do ministro do Interior, Botche Candé, agentes da PIR invadiram e ocuparam, durante algumas horas, as instalações do SIS, em Bissau.

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Os queixosos afirmam que a ação policial teria como móbil, a busca de um documento que estaria na sede do SIS.

Como “provas” os queixosos prometem arrolar, como testemunhas, alguns funcionários e ainda as fotografias tiradas naquele dia, “identificando policias armados nas instalações do SIS”, lê-se na carta.

Os funcionários da ‘secreta’ guineense pedem ao Procurador que responsabilize criminalmente os autores morais e os executantes daquela operação para, sublinham, evitar que se repita no SIS e noutras instituições da República.

A Lusa tentou obter uma reação do Ministério do Interior, mas não teve sucesso.