A Organização das Nações Unidas está a ser alvo de duras críticas pela nomeação para presidente da Assembleia Geral de Sam Kutesa, ministro dos Negócios Estrangeiros do Uganda, quatro meses depois de o país ter assinado uma lei anti-homossexual, que tem sido criticada pela comunidade internacional.

A lei foi assinada em fevereiro pelo presidente do Uganda Yoweri Museveni e baseia-se numa proibição em relação à homossexualidade já existente desde a época colonial britânica. A lei condena casais homossexuais a prisão perpétua e prevê sete anos de prisão para quem ajude os homossexuais a fugirem à lei e cinco anos de prisão para quem “promova a homossexualidade”.

Sam Kutesa, enquanto membro do executivo, foi o responsável pela defesa da lei, à luz das críticas feitas pela comunidade internacional. Para Kutesa, que considera que “a maioria dos africanos abomina essa prática”, não é possível aceitar a homossexualidade já que “é errado transmitir esta ideia aos jovens e é uma ofensa à nossa cultura”.

“Seria perturbador ver como presidente da Assembleia Geral da ONU  o ministro das Relações Externas de um país que passou uma lei injusta, cruel e discriminatória” disse a senadora nova-iorquina Kirsten Gillibrand, citada pelo Guardian. No Reino Unido, o ativista Peter Tatchell pediu uma intervenção governamental contra a nomeação de Kutesa. “David Cameron e William Hague [Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico] deviam fazer lobby contra a nomeação de Kutesa”.

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