O número de deslocados na Ucrânia terá atingido os 34 mil, indicaram hoje as Nações Unidas, referindo, no entanto, que apenas 19 mil foram identificados por funcionários da organização internacional. “Em termos gerais, a estimativa é de 34 mil deslocados”, disse um porta-voz do Gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), Jens Laerke, em Genebra.

Deste número total, “19 mil deslocados foram identificados” e são provenientes da Crimeia e da região leste da Ucrânia, acrescentou o porta-voz. “Também temos relatos credíveis que dão conta de movimentações nas províncias de Donetsk (leste) e Lugansk (leste), mas não temos pessoas no terreno”, afirmou a responsável para as questões humanitárias da ONU, Valerie Amos, durante uma conferência de imprensa.

Na mesma ocasião, Valerie Amos referiu que os relatos davam contam de 15 mil pessoas originárias de Slaviansk (na região de Donetsk). Em meados de maio, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) admitia a existência no território ucraniano de cerca de 10 mil deslocados, a maioria tártaros provenientes da república autónoma da Crimeia.

Em março passado, os tártaros, comunidade de tradição muçulmana com cerca de 300 mil pessoas, boicotaram massivamente o referendo sobre a anexação da Crimeia à Rússia. Nas últimas semanas, a ONU tem denunciado ações de “assédio” e “perseguições” visando os tártaros da Crimeia, provocando a cólera das autoridades de Moscovo.

Donetsk e a região vizinha de Lugansk declararam independência da Ucrânia a 11 de maio, depois de referendos cuja legitimidade é questionada por Kiev e pelos seus aliados ocidentais. A ofensiva militar lançada pelo exército ucraniano a 13 de abril para recuperar o controlo do leste separatista, região industrial com uma população de sete milhões, provocou até ao momento mais de 370 mortos, entre civis e combatentes dos dois lados.

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