Quanto custa estar na moda? E quanto vale estar na moda no verão, a época de luxo para exibir corpos, roupas e acessórios? Certamente muito, mas um jornalista americano fez as contas. Numa análise às edições de junho das mais prestigiadas revistas de moda norte-americanas, Noah Veltman concluiu que precisaria de desembolsar mais de 252 mil euros para comprar todos os produtos encontrados nas páginas de uma só edição da revista de topo neste meio, a Vogue.

Contabilizando apenas os produtos que são promovidos em páginas editoriais e não em páginas destinadas a publicidade, a Vogue é a revista de moda que requer maior orçamento caso queira seguir as suas recomendações à risca. Segue-se a InStyle, que perfaz um total de 148.909 dólares em produtos (cerca de 110 mil euros) e a GQ, com um total de 85.810 dólares (mais de 63 mil euros). A Esquire e a Cosmopolitan não ficam muito atrás, com 44 e 30 mil euros respetivamente.

A publicação mais barata é a Real Simple, cujos preços dos produtos ascendem a 15.851 dólares, o equivalente a mais de 11 mil euros. É ‘realmente simples’ estar na moda pelo verão.

Em média, cada produto de beleza promovido pela Vogue custa 850 dólares (mais de 620 euros), nota o jornalista Noah Veltman no seu levantamento. Entre os 100 e os 200 dólares estão revistas como a Esquire, a GQ, a InStyle e a Outside. E a fasquia desce significativamente em revistas como a Cosmopolitan ou a Real Simple, onde a média dos preços conta os 65 dólares (47 euros).

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O que nos leva a outro indicador: quantidade de produtos apresentados por página. Aqui a curva é inversamente proporcional, com a Vogue a descer para os últimos lugares, com um média de 0,6 produtos por página. A InStyle é a vencedora, com 4 produtos, seguida da Cosmopolitan com 2,4 produtos por página. A publicidade também está estrategicamente pensada, diz o jornalista, para fazer com que os leitores se sintam inspirados para comprar.

“Eu costumava ler estas revistas e dava por mim a desejar aqueles produtos de forma totalmente parva e impraticável”, diz Noah Veltman à Quartz, acrescentando que “está tudo orientado para sugerir que, se comprar aqueles produtos, irá tornar-se no tipo de pessoa que quer ser”.

Mas depois de fazer as contas aos preços e à publicidade deste género de revistas, o jornalista deu-se como curado: no fim do estudo, não sentiu vontade de comprar nada.