A polícia brasileira anunciou, na passada terça-feira, o desmantelamento de uma rede de tráfico de bilhetes para os jogos do Mundial 2014. Foram detidas 11 pessoas acusadas de lavagem de dinheiro e associação criminosa e, agora, há suspeitas de que um funcionário da FIFA esteja envolvido na rede.

“Temos uma informação sobre um integrante da FIFA que participaria no esquema e está hospedado no Rio para a Copa”, referiu Fabio Barucke, delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em entrevista à Folha de São Paulo. Foi nestas duas cidades que os envolvidos foram detidos – nove no Rio, dois em São Paulo -, incluindo aquele que se julga ser o cabecilha do grupo, Mohamadou Lamine Fofana, um franco-argelino com boas ligações à organização que regula o futebol mundial. Foi, aliás, o advogado de Fofana que confirmou que o seu cliente havia fornecido à polícia as informações sobre o funcionário da FIFA em causa.

A polícia brasileira deverá também ouvir ex-jogadores internacionais como Dunga e Júnior Baiano no âmbito desta investigação, uma vez que, afirma a Folha, Fofana – que tinha livre-acesso a eventos da FIFA – organizou uma festa no Rio de Janeiro a 17 de junho na qual estiveram presentes esses e outros jogadores que representaram a seleção brasileira no Mundial 1970. “Não tenho nada a ver” com o assunto, disse Júnior Baiana entretanto, numa reação exaltada à Folha de São Paulo.

Um dos outros suspeitos a ser investigado pela polícia é um funcionário da empresa Match Services, responsável pela venda de bilhetes e que tem Philip Blatter, sobrinho do presidente da FIFA, Joseph Blatter, como um dos sócios. Sobre o caso, o líder do organismo disse apenas: “Não sei de nada”. A FIFA, entretanto, através de uma porta-voz, classificou como “rumores” as suspeitas que recaem tanto sobre o seu funcionário como sobre o empregado da Match Services.

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