Caetano Beirão da Veiga é atualmente o único membro da família Espírito Santo na gestão do GES e só chegou ao grupo em maio deste ano, quando já estava em curso o processo de insolvência. Não poupa críticas à falta de transparência das operações financeiras deste grupo e pede “desculpa pelas insuficiências” de controlo que levaram a esta situação. Defende que grande parte da família “não tem qualquer relação com o GES”.

O atual gestor do GES nunca esteve diretamente ligado ao GES e fez a sua vida profissional fora do negócio família, chegando só ao grupo no início desta crise, mas aceitou dar uma entrevista ao Expresso para que os valores da sua família sejam “recuperados e repostos”. Admite, no entanto, que a situação é “gravíssima” e que faltou “humildade de assumir as nossas dificuldades no momento certo”. Para Caetano Beirão da Veiga houve, nos últimos anos, “centralização a mais” na figura de Ricardo Salgado, com a conivência da família, e “escrutínio a menos”.

“Verificou-se um afastamento dos valores essenciais do grupo: rigor, competência e transparência”, afirma Caetano Beirão da Veiga.

Caetano Beirão da Veiga começou a vida profissional na Sociedade Nacional dos Sabões, detida pelo pai, e criou depois várias empresas em diversos setores como imobiliário e restaurantes. Agora, Beirão da Veiga diz estar centrado na “reestruturação das empresas operacionais” de modo a que estas se tornem “mais apetecíveis para potenciais investidores”, o que vai levar à redução de colaboradores – “Isso é inevitável”.

O gestor diz saber que a família deve “seguramente muitas explicações”, mas afirma não ter vergonha do nome. “Ao contrário do que é ideia geral, a maior parte dela não tem, nem nunca teve, qualquer relação com o GES”, sublinha. No entanto, faz o mea culpa e pede desculpa, embora saiba que “pedir desculpa não resolve”.

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