O secretário-geral do PS, António José Seguro, alertou esta segunda-feira que com o Governo PSD/CDS-PP “todo o cuidado é pouco” e “carregar” os portugueses com mais impostos “é o pior que poder acontecer”.

“Aquilo que é muito importante, em primeiro lugar, é esperar por aquilo que este Governo vai decidir, porque com este Governo todo o cuidado é pouco, é mesmo muito pouco todo o cuidado que devemos ter em relação a este Governo”, disse.

O líder do PS falava aos jornalistas durante uma visita à Herdade Vale da Rosa, no concelho de Ferreira do Alentejo, onde são produzidas várias variedades de uvas de mesa, algumas sem grainha. Questionado sobre um eventual aumento de impostos, António José Seguro disse que o PS só irá pronunciar-se “depois de ver” o Orçamento Retificativo para este ano e o Orçamento do Estado para 2015.

“Mas é sabido que se forem mais medidas no caminho da austeridade, de aumentar a carga de impostos sobre os portugueses, que já é elevadíssima, naturalmente que terá o voto contra do PS”, disse, avisando que com os votos do PS “não haverá aumento do IVA”.

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Segundo o líder do PS, o caminho que o Governo PSD/CDS-PP “escolheu para o país é um caminho que leva ao empobrecimento, ao aumento das desigualdades e ao aumento de dificuldades” e “não resolve nenhum” dos principais problemas de Portugal, como o aumento do desemprego, que é “elevadíssimo”, a “dívida pública a aumentar” e a falta de dinheiro para as funções sociais do Estado.

“Tudo isso deriva de o país não ter uma economia a crescer, de ter uma economia que está a definhar. Se a perspetiva é carregar ainda mais com mais impostos os portugueses naturalmente que isso é o pior que poder acontecer”, disse.

Segundo António José Seguro, Portugal “precisa de mudar de rumo, precisa de apostar na economia e precisa de ter um equilíbrio sustentável das contas públicas”. No entanto, segundo o relatório do Banco de Portugal, “a dívida pública voltou a aumentar para 134% e a economia está a afrouxar”, disse, referindo tratar-se do “caminho pior para o país”, que “nos leva para o empobrecimento, o aumento das desigualdades e de dificuldades”.

“Precisamos do contrário, precisamos de uma economia forte, com um motor pujante, que considero que deve ser a indústria associada aos produtos endógenos e à agricultura, aos setores tradicionais do país, mas também à nova revolução, à nova vaga industrial que está a ocorrer com a era digital. O caminho deve ser o do crescimento da nossa economia”, defendeu.