Richard Branson, o dono e fundador do grupo empresarial Virgin, vai passar a permitir que 170 dos seus trabalhadores mais próximos gozem férias pelo tempo que entenderem, quando entenderem, desde que isso não tenha um efeito muito prejudicial para os negócios. A medida, diz o multimilionário, ajudará a aumentar a produtividade, pelo que incentiva outras empresas a seguirem-lhe o exemplo.

Os empregados abrangidos pela nova medida de Branson são os que trabalham diretamente com ele: as equipas de marketing e relações públicas, a equipa de investimentos e os trabalhadores da fundação Virgin United. De fora ficam os milhões de trabalhadores dos diferentes ramos do grupo, que tem casinos, lojas, ginásios, meios de comunicação social, empresas de telecomunicações, aviação, viagens, entre outras.

“Fica somente ao critério do empregado se e quando deve tirar umas horas do dia, uma semana ou um mês de férias, assumindo [a Virgin] que eles apenas o farão quando se sintam 100% confortáveis de estarem a cumprir os prazos de todos os projetos e quando a sua ausência não afete de forma alguma a empresa – ou as suas carreiras”, escreveu Branson num blogue da Virgin onde têm sido publicados excertos do próximo livro do empresário, intitulado The Virgin Way.

“Isso deve bastar para manter os trabalhadores presos às suas secretárias para sempre”, comenta, por seu turno, Anne Perkins, colunista do The Guardian, para quem nenhum trabalhador quer admitir que não vão sentir a sua falta no emprego. “Se a primeira condição para tirar férias é perceber que [o trabalhador] não fará falta, isso soa assustadoramente como um convite ao patrão para tornar [essa situação] permanente”, diz. Ou seja, que o trabalhador seja despedido. Por isso, avisa a comentadora, “férias ilimitadas soa fantasticamente – até pensarmos nisso”.

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