O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, alertou nesta segunda-feira que é “crucial” o cumprimento da meta do défice e o respeito dos “compromissos europeus a este nível”. A menos de duas semanas da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2015, Carlos Costa afirmou que “os desafios que ainda se colocam à economia portuguesa não podem ser menorizados”.

As declarações, citadas pela Reuters e pelo Diário Económico, foram proferidas durante uma intervenção no XXIV Encontro de Lisboa entre os bancos centrais dos países de língua portuguesa, que decorre esta segunda-feira em Lisboa.

O Governo está a elaborar a proposta de Orçamento do Estado para 2015, estando obrigado a cumprir um défice abaixo de 3%. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, comprometeu-se com um défice de 2,5% no próximo ano.

Portugal precisa de “ganho de produtividade”

Carlos Costa afirmou também que um ganho de produtividade será fundamental para fazer crescer a economia portuguesa. “É pela via do ganho de produtividade que vamos criar as condições de crescimento da economia portuguesa”, salientou o banqueiro central, citado pela agência Lusa.

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O governador do Banco de Portugal alertou também que esse ganho de produtividade terá de ocorrer num contexto de inflação baixa. “Vamos ter de trabalhar com taxas de inflação baixas, e garantir que somos capazes de aumentar o rendimento real das famílias”, disse o governador.

A taxa de inflação anual em Portugal estava em agosto, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 0,4% negativos.

O responsável considerou que os objetivos originalmente traçados no programa de resgate foram “globalmente cumpridos”. E que este ajustamento permitiu “corrigir importantes desequilíbrios que caracterizavam a economia portuguesa”. Mas sublinhou que “o processo de reequilíbrio estrutural da economia ainda está incompleto e o ajustamento económico ainda exige aprofundamento”.

(Atualiza às 13h01 com mais declarações de Carlos Costa)