Dirigentes e deputados do PSD de Vila Real disseram esta segunda-feira que o recomeço das obras no túnel do Marão vai permitir a contratação de 819 trabalhadores, movimentando 89 empresas, 40% das quais das regiões norte e centro.

Os sociais-democratas evidenciaram, em conferência de imprensa, que as obras no túnel e respetivos acessos darão emprego a 136 pessoas com formação superior.

“Em paralelo, a execução do projeto do túnel do Marão gera impactos diretos na economia local, nomeadamente ao nível da restauração e alojamento”, acrescenta-se num documento distribuído aos jornalistas, junto à obra, em Campeã, Vila Real.

Para Domingos Dias, presidente da distrital social-democrata, a região está a viver um “momento histórico”, por ter sido possível retomar a construção de uma infraestrutura para acabar com o “isolamento” de Trás-os-Montes e Alto Douro. O dirigente elogiou a “coragem” do Governo neste processo, ao resgatar a concessão, em junho de 2013, após a suspensão das obras que se verificava junho de 2011.

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Por seu turno, o deputado Luís Ramos sublinhou que o Governo, neste processo, poupou 54,9 milhões de euros, explicando que o valor pelo qual foi adjudicada a intervenção foi menor do que o preço base do concurso público.

“Com serenidade foi possível poupar verbas fundamentais para aplicar noutros domínios da economia e da sociedade e desta forma defender o interesse público”, vincou.

O parlamente sublinhou, por outro lado, que o modelo de financiamento se baseia em fundos comunitários que já estavam alocados à região, garantindo não ter havido necessidade de desviar verbas de outras regiões.

Sobre o impacto positivo da obra na zona de Vila Real, o parlamentar acrescentou que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a ser contactada por empresas ligadas à obra para contratar jovens licenciados.

“Um elemento desta natureza, num momento em que há grandes dificuldades de contratação no setor da construção civil, criar quase 140 postos de trabalho qualificados, muitos deles, jovens licenciados, é um sinal e grande esperança para a região”, assinalou.

O PSD de Vila Real espera que a nova acessibilidade, que vai melhorar a ligação entre Amarante e Vila Real, permitirá reduzir em 26% os números da sinistralidade no atual IP4.

Entre Bragança e o Porto, as viagens demorarão menos 19% do tempo atual, garantindo-se também uma melhoria de mobilidade em condições atmosféricas adversas, com neve e gelo.

Aos jornalistas, o deputado admitiu que o recomeço das obras demorou mais tempo do que desejava a região, mas recordou que aquele processo negocial “não podia pôr em causa o interesse público, nem a sustentabilidade financeira do país”.

“Esperamos que as obras rapidamente arranquem e que os prazos previstos sejam cumpridos, porque é importante para a economia da região esta oportunidade”, declarou Luís Ramos.

Lino Carvalho, presidente da Junta de Campeã, freguesia onde começa o túnel do lado de Vila Real, disse aos jornalistas estar satisfeito com o recomeço das obras, o que vai permitir animar a microeconomia local. O autarca afirmou ser possível constatar na freguesia, há cerca de três semanas, as movimentações das empresas construtoras.

Avançou ainda que estão garantidos, junto da Estradas de Portugal, todos os acessos à freguesia.

A obra atual está divida em três empreitadas, com uma extensão de 26 quilómetros, nos concelhos de Amarante e Vila Real. O túnel, que ligará o território dos dois municípios, atravessando a serra do Marão, terá cerca de seis quilómetros de extensão e custará 88,8 milhões de euros.

APM // JGJ

Lusa/fim