A produção da indústria alemã caiu 4% em agosto, em relação ao mês anterior, informou nesta terça-feira a Agência Federal de Estatísticas alemã (Destatis). O decréscimo mais forte, de 8,8%, ocorreu na produção de bens de investimento. A produção de energia aumentou 0,3%, enquanto a do setor da construção caiu 2%. A produção industrial alemã tinha registado em julho um aumento de 1,6% face a junho.

Os números revelam que a indústria alemã sofreu a maior queda em mais de cinco anos, o que fez aumentar os receios, entre economistas e analistas, de que a maior economia do euro pode estar a caminho de entrar em recessão, com os impactos negativos que a situação pode provocar em toda a região da moeda única europeia. A debilidade revelada pela habitualmente pujante indústria alemã é explicada pelas tensões geopolíticas que eclodiram com a crise na Ucrânia e pela possibilidade de um crescimento mais lento registado na China, um mercado onde se registou, nos anos mais recentes, uma forte procura por produtos germânicos.

Com este desempenho, há economistas, de acordo com o Financial Times, que já antecipam um recuo, em 2014, do produto interno bruto (PIB) alemão, depois de a Alemanha ter registado uma contração de 0,2% durante o segundo trimestre deste ano, quando o comportamento é medido em comparação com o período de janeiro a março, Os mais otimistas acreditam que a economia poderá entrar em estagnação. Apenas o facto de a taxa de desemprego se encontrar a um nível baixo e um consumo privado forte poderão ajudar a compensar a quebra que se está a verificar na produção industrial.

 

 

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