De 45 para 111. De um dia para o outro a Serra Leoa viu o número de casos de Ébola quase triplicar. Domingo (9 de novembro) foi o dia em que se registaram mais casos de infetados com o vírus desde Agosto, altura em que o ministério da saúde começou a divulgar dados relativos à doença. No sábado tinham sido detetados 45 novos casos.

O jornal britânico Guardian avança que os números do ministério mostram que na capital, Freetown, no domingo registaram-se 40 casos, enquanto que no sábado o número tinha sido de 24. O jornal refere que houve também um pico no número de casos em Porto Loko, uma zona a norte da capital, em que não existe um centro de tratamento de Ébola, em Freetown foi construído pelo exército britânico um hospital especial, e onde até há pouco tempo os corpos dos mortos pela doença eram deixados em alpendres ou hospitais durante vários dias até serem recolhidos.  

Os números que desde agosto são divulgados pelo Centro de Operações da Serra Leoa dizem que 5 de outubro foi o dia em que se registaram mais mortes por Ébola, 121, sendo que nesse dia foram registados 81 novos casos de infeção, número inferior aos 111 registados este domingo.

Na semana passada as Nações Unidas alertaram que a contabilidade feita pelo país fica 50% aquém da realidade. O Guardian escreve que se crê que alguns doentes não se dirijam ao hospital devido ao medo de serem recusados por falta de camas ou morram sozinhos, longe da família.  

A International Medical Corps está a construir na Serra Leoa um centro de tratamento de Ébola com capacidade para 100 camas, que abrirá no fim deste mês (novembro), altura em que, alerta a Organização Mundial de Saúde, o país poderá necessitar de mais de 4.000 camas. Neste momento existem na Serra Leoa pouco mais de 500 camas para doentes infectados com o vírus do ébola.

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