Japão e Singapura são dois novos mercados onde a Viniportugal vai apostar na promoção dos vinhos portugueses até 2017, abandonando a Finlândia e passando a ter “em observação” cinco potenciais clientes: Suíça, Rússia, Polónia, Coreia do Sul e Moçambique.

Em declarações à agência Lusa no âmbito do Fórum Vinhos de Portugal – que deverá reunir esta quarta-feira, na Curia, mais de duas centenas de membros da fileira do vinho – o presidente da Viniportugal, entidade encarregue da promoção dos vinhos portugueses, salientou que no evento será apresentada “uma agenda única” das ações promocionais previstas, quer por aquela associação interprofissional, quer pelas comissões de viticultura regionais.

“Vamos apresentar uma agenda única, com um calendário único, das ações de promoção externa planeadas para 2015, que permita aos agentes económicos saber onde é que as diferentes entidades vão estar, quando e de que forma, para poderem planear com maior antecedência o seu programa anual”, afirmou Jorge Monteiro.

Segundo salientou, esta maior articulação é o resultado da “consciência de que a crescente atividade promocional, da iniciativa dos diferentes atores coletivos portugueses, exige uma maior coordenação, evitando-se sobreposições de eventos e permitindo um atempado planeamento por parte das empresas”.

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No caso da Viniportugal, a estratégia promocional para o período 2015-2017 “no essencial mantém-se”, porque o balanço do período 2012-2014 “é globalmente bom”, apresentando como novidades o abandono da promoção no mercado finlandês, substituído pela aposta no Japão e em Singapura, e a colocação “sob observação” de cinco potenciais novos mercados como estando “sob observação”.

“Mantemos o grande investimento nos EUA, que é o maior importador mundial de vinhos e um mercado enorme, com uma cultura de vinhos já interessante e que é um mercado montra, porque tudo o que se passa nos EUA tem reflexo no resto dos países”, adiantou Jorge Monteiro.

Por outro lado – continuou — “deixamos cair um mercado, a Finlândia, onde tínhamos uma presença relativamente pequena e não percebíamos que houvesse um comportamento positivo do mercado face ao investimento que estávamos a fazer”. Em alternativa, a Viniportugal decidiu investir no Japão e em Singapura, com um total de 265 mil euros em 2015.

“O Japão porque é um mercado onde a marca Portugal é conhecida e que tem uma cultura de vinho e uma classe profissional de 30 mil ‘sommeliers’, o que nos permite acreditar que temos o instrumento certo para o trabalhar. Singapura porque é uma plataforma de reexportação para outros mercados próximos e, tendo ali Portugal uma presença muito pequena, vale a pena fazer o investimento porque, provavelmente, vamos ter um retorno bastante significativo”, explicou.

Ainda de fora dos planos de promoção da Viniportugal, mas “em observação” devido ao potencial que apresentam para as exportações de vinho português passam a estar os mercados da Suíça, Rússia, Polónia, Coreia do Sul e Moçambique.

“São mercados que neste momento não são os que mais nos interessam, mas de um momento para o outro podem vir a tornar-se interessantes: a Rússia e a Polónia pela aproximação a comportamentos europeus e por algum crescimento económico que é expectável; a Coreia porque, à semelhança do Japão, tem uma cultura de vinho e prefere vinhos de segmento médio/alto; e Moçambique pela ligação cultural a Portugal e porque, de um momento para o outro, pode ser um mercado mais aberto”, explicou.

Uma outra alteração na estratégia da Viniportugal para o período 2015-2017 é uma maior aposta na relação direta com importadores e distribuidores nos principais mercados: “Já não estamos a falar só em promover a imagem, mas também em trabalhar o ponto de venda, porque entendemos que já estamos em condições de trabalhar essa componente de uma forma mais intensa”, referiu Jorge Monteiro.

Depois de, em 2013, terem atingido os 726 milhões de euros, as exportações de vinho português deverão crescer 2% este ano, para cerca de 740 milhões de euros, destacando-se França, Angola, EUA, Alemanha e Reino Unido como os principais mercados (incluindo as vendas de vinho do Porto).