O Governo brasileiro reconheceu pela primeira vez que o país deve terminar o ano com défice comercial, avança o jornal Folha de São Paulo. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as importações superaram as exportações em 1,9 mil milhões de euros em novembro e o défice acumulado do ano já chega a 3,3 mil milhões de euros. Esta será a primeira vez que o país apresentará o saldo comercial negativo desde 2000, quando o défice foi de 587 milhões de euros.

De acordo com Roberto Dantas, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, as vendas não recuperaram o ritmo no último mês. “Embora o número de dezembro seja tradicionalmente superavitário, ainda assim não deverá superar o défice acumulado de janeiro a novembro. O resultado de novembro seria um divisor de águas. Face a este resultado, o ministério fez uma revisão de uma perspetiva para um défice”.

Este também é o terceiro ano consecutivo em que se regista queda nas exportações entre janeiro e outubro. Alguns dos fatores que levaram à balança comercial negativa foram a queda dos preços do minério de ferro, das exportações de carne e da diferença entre a venda e compra de petróleo e combustível do exterior. O setor que mais sentiu o resultado foi a indústria: as vendas de bens manufaturados representaram apenas 35,3% das exportações brasileiras, a menor participação registada desde 1994.

De olho na recuperação da economia no segundo mandato, Dilma Rousseff já anunciou a sua equipa económica para os próximos quatro anos: entram Armando Monteiro Neto (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Joaquim Levy (Ministério da Fazenda) e Nelson Barbosa (Ministério do Planeamento) e permanece Alexandre Tombini na presidência do Banco Central. Aumentar a participação do setor privado e cumprir a meta fiscal “sem artifícios” são algumas das ideias defendidas pela equipa, explica a Globo.

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