As dificuldades no acesso ao financiamento afetam cada vez mais os negócios. No estudo Global Entrepreneurship Monitor, esta foi a terceira causa mais apontada pelos portugueses e foi a que mais cresceu nos últimos seis anos: passou de pouco mais de 3% em 2007 até aproximadamente 10% em 2012 e 2013.

Nos 12 meses anteriores à sondagem do Global Entrepreneurship Monitor, 2,8% dos portugueses inquiridos tinha desistido de um negócio. A ausência de lucro foi o motivo que mais levou as empresas a encerrarem atividade em 2013, segundo o estudo divulgado esta quarta-feira pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e pela Sociedade Portuguesa de Inovação.

Em 2013, 56,4% dos indivíduos que cessaram um negócio apontaram a inexistência de lucro como motivo principal para o encerramento, mais 11,9 pontos percentuais do que tinha sido registado em 2012 (44,5%). As razões do foro pessoal foram o segundo motivo mais evocado, com 21,1% das pessoas a apontarem esta como a principal razão para a cessação.

Contudo, o encerramento motivado por uma oportunidade de vender o negócio desceu para zero, de um ano para o outro. Em 2012, cerca de 5% da população inquirida para o estudo tinha apresentado este motivo para a cessação. Em 2013, não há ocorrência destes casos.

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“Analisando em conjunto estes dois motivos, pode-se concluir que, no cômputo global se verifica um agravamento da conjuntura económica de recessão que inibe não só as oportunidades de venda de negócios, como promove a inexistência de lucros nos negócios existentes”, lê-se no estudo.

Mais: 1,7% das pessoas inquiridas pelo Global Entrepreneurship Monitor afirmou ter desistido de um negócio nos 12 meses anteriores à realização da sondagem que compõe o estudo. A taxa de cessação de negócios fixou-se em 2,8% em 2013, menos 0,2 pontos percentuais do que no ano anterior (3%). A média desta taxa nas economias orientadas para a inovação é de 2,7%.

“Desde 2007, as taxas de cessação de negócios têm-se mantido relativamente constantes e em valores relativamente reduzidos tanto em Portugal como nas economias orientadas para a inovação e para a eficiência”, lê-se no estudo.

O Global Entrepreneurship Monitor é uma avaliação periódica da atividade empreendedora, que analisa aspirações e dificuldades dos indivíduos em mais de 70 países, englobando 75% da população mundial e 89% do PIB mundial. É o maior estudo internacional sobre dinâmicas empreendedoras