O novo ministro do Planeamento brasileiro, Nelson Barbosa, afirma, numa entrevista publicada este domingo, que 2015 será um ano de “reequilíbrio” para o país, impondo-se a “correção de alguns excessos”.
Na primeira entrevista como ministro, ao diário brasileiro Folha de São Paulo, Nelson Barbosa antecipa um ano de “normalização e reequilíbrio”, durante o qual será necessário “corrigir alguns excessos e adaptar a política económica à nova realidade brasileira e internacional”. Essa adaptação exigirá “algumas medidas restritivas a curto prazo, mas expansionistas, a longo”, realça.
Programas como abono salarial, seguro-desemprego, pensão pós-morte vão continuar, mas serão corrigidos “alguns excessos e distorções identificados há bastante tempo”, reconhece o ministro.
No discurso de tomada de posse, no primeiro dia do ano, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, anunciou que o lema do seu segundo mandato será “Brasil, pátria educadora”, dando ênfase à educação, e prometeu um reajuste fiscal e uma reforma política.
“O Brasil precisa de voltar a crescer […] e faremos isso com o menor sacrifício possível da população”, prometeu, reafirmando o compromisso de manter todos os direitos laborais e sociais.
Na entrevista publicada este domingo, Nelson Barbosa sublinha o objetivo de que a despesa pública cresça “em linha com o PIB [Produto Interior Bruto] ou ligeiramente abaixo”.
O titular da pasta do Planeamento admite que, nos últimos anos, a despesa pública ficou “bem acima do crescimento real do PIB”, porque “a economia desacelerou”, o que, se “momentaneamente é necessário”, já “a longo prazo, é insustentável”.
Depois de um aumento de 7,5 por cento em 2010, o crescimento da economia brasileira diminuiu, nos dois anos seguintes, para 2,7 por cento em 2011 e para 1 por cento em 2012, voltando depois a subir, para 2,3 por cento em 2013. De acordo com as previsões para 2014, a economia registará um aumento entre 0,9 e 0,20 por cento e em torno de 0,7 por cento, ou menos, em 2015.