Representantes do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos reúnem-se hoje, em Tóquio, para discutir a situação em torno do programa nuclear norte-coreano e discutir a eventual retoma das conversações a seis.

O encontro trilateral ocorre numa altura em que as tensões entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte aumentaram devido à imposição de novas sanções económicas por parte de Washington, depois de o FBI ter acusado Pyongyang de estar por detrás do ataque informático de que foi alvo a Sony Pictures.

Espera-se que as três partes analisem a proposta apresentada por Pyongyang, no passado dia 10, de cancelar um suposto novo ensaio nuclear se, em troca, Seul e Washington aceitarem não levar a cabo manobras militares conjuntas na península coreana.

No fórum vão participar Junichi Ihara, diretor para a Ásia Pacífico do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, Hwang Joon Kook, o representante especial da Coreia do Sul para assuntos de segurança e paz na península, e Sung Kim, enviado dos Estados Unidos às negociações a seis e antigo embaixador em Seul.

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Também se prevê que definam formas de reativar o diálogo a seis, em que participam as duas Coreias, Estados Unidos, Japão, China e Rússia, suspenso desde 2008.

Pyongyang instou, por várias vezes, à retoma das conversações sem condições prévias, mas os três aliados recusaram aceder ao pedido enquanto o regime norte-coreano não der “passos concretos” com vista ao abandono do seu programa nuclear.

Paralelamente, no encontro, é de esperar que Tóquio procure angariar o apoio da Coreia do Sul e dos Estados Unidos com vista a pressionar o regime de Kim Jong-un para que faculte informação sobre os cidadãos japoneses sequestrados pela Coreia do Norte nos anos de 1970 e 1980.

Pyongyang reconheceu, em 2002, que agentes tinham raptado 13 japoneses, numa operação destinada a formar espiões de língua e cultura nipónicas.

Cinco foram autorizados a regressar ao Japão, com os descendentes, mas Tóquio continua sem saber o que aconteceu aos outros japoneses que Pyongyang afirmou terem morrido ou cujo rapto negou.

Os dois países continuam sem laços diplomáticos e mantêm relações tensas, por vezes hostis, em parte porque Tóquio acusa Pyongyang de ainda deter reféns japoneses.