A mensagem do Papa Francisco está numa circular que enviou aos bispos de todo o mundo e aos superiores das ordens religiosas. É nela que se escreve, com toda a clareza: “Não deve ser dada prioridade a qualquer tipo de preocupação, seja de que natureza for, tal como o desejo de evitar escândalos, uma vez que não existe qualquer espaço no sacerdócio para pessoas que abusam menores”.

O Papa recorda o código de conduta emitido pelo Vaticano em 2011 onde se estabelece a obrigatoriedade de existir um código de conduta interno em cada conferência episcopal. Lembra também a criação, também pelo Vaticano, em Março de 2014, da Comissão para a Proteção de Menores, onde leigos de todo o mundo e pessoas que foram abusadas se dedicam a combater um mal que provocou inúmeros escândalos no interior da Igreja.

Desde que iniciou o seu Pontificado, o Papa já se encontrou com vítimas de pedofilia, encontros que lhe deixaram uma marca muito forte. “Fiquei profundamente emocionado pelo testemunho da profundidade do seu sofrimento e pela força da sua fé”, diz na sua mensagem. “Esta experiência reafirmou a minha convicção de que devemos fazer tudo o que for possível para livrar a Igreja do flagelo do abuso sexual de menores e abrir caminhos para a reconciliação e cura dos que foram abusados”.

Jorge Mario Bergoglio escreveu uma missiva curta e direta onde também sublinhou que “as famílias precisam de saber que a Igreja está a fazer tudo ao seu alcance para proteger os seus filhos. Devem saber também que têm todo o direito a voltarem-se para a Igreja com toda a confiança, porque é uma casa segura.”

Com o objetivo de erradicar um mal que define como “um flagelo”, o Papa escreve ainda que “corresponde aos Bispos diocesanos e aos Superiores maiores a tarefa de verificar que nas paróquias e nas outras instituições da Igreja se garante a segurança das crianças e dos adultos vulneráveis”. Como é uma obrigação da Igreja “praticar a compaixão de Jesus aos que sofreram de abuso sexual, às suas famílias”, os responsáveis da hierarquia católica são ainda instados e criar “programas de acompanhamento pastoral, que poderão incluir serviços psicológicos e espirituais”.

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