Centenas de alunos reuniram-se no Centro de Congressos da Universidade Católica de Lisboa para mais uma edição da Expocarreiras, a exposição anual da Faculdade de Ciências Humanas que tem como objetivo criar um primeiro contacto entre os estudantes e potenciais empregadores.

Durante todo o dia, o edifício da Biblioteca João Paulo II manteve-se repleto de alunos curiosos que procuraram conhecer (e dar-se a conhecer) às 25 entidades presentes na edição deste ano. Entre conferências e workshops, foi-se discutindo o tema “Conhecimento, Criatividade e Inovação”, que serviu de lema a esta oitava edição.

O dia começou cedo. A abrir a exposição estiveram presentes Maria da Glória Garcia, reitora da Universidade Católica Portuguesa, e José Miguel Sardica, diretor da Faculdade de Ciências Humanas. Seguiu-se a conferência inaugural, “Do Conhecimento à Inovação e Criatividade”, que ficou a cargo de Pedro Saraiva, diretor-executivo da ECS Capital. Como salientou José Miguel Sardica, “a conferência teve muitos bons ecos. Os alunos estavam lá fora a comentar”. A conferência seguinte — o painel interativo “A inovação faz-se” — não foi muito diferente.

Perante um auditório quase cheio, discutiu-se inovação. E deixou-se também alguns conselhos. Helena Gata, da TESE, referiu que “ser inovador é uma característica crucial para quem entra no mercado de trabalho”. Nas palavras finais, garantiu que “a inovação faz-se”.

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“A inovação faz-se. Faz-se e vai-se fazendo ao longo da vida. Nunca deixam de acreditar que é possível convencer meio mundo. Acreditem”.

O polaco Wojtek Zytkowiak, da Jerónimo Martins, fez questão de frisar — mais uma vez — a importância de pensar fora da caixa para quem vai começar a trabalhar. “Está tudo nas vossas mãos”, disse.

A parte da tarde foi dedicada aos workshops. No primeiro, “Como sobreviver ao recrutamento”, Joana Carneiro Pinto e Ricardo Quartin falaram sobre o estado do mercado de trabalho. Frisando que é cada vez mais necessário desenvolver capacidades de adaptabilidade, discutiram a importância das soft skills (traços pessoais), cada vez mais privilegiadas.

“Algo que é cada vez mais valorizado e que é cada vez mais importante é saber identificar os pontos fortes. Não há problema nenhum com isso. É uma questão de atitude”, referiu Ricardo Quartin.

No segundo workshop, “Luzes, Câmara, Ação!”, experimentou-se algumas profissões que existem na televisão — à frente e a trás das câmaras, porque “por trás de tudo isto, existem equipas de profissionais que tem diferentes profissões”, como foi referido.

Durante uma hora, os alunos foram convidados a ter uma primeira experiência na televisão. No primeiro exercício, foi simulada uma reportagem local e, no segundo, a realização de um programa de televisão com todos os profissionais envolvidos — operadores de câmara, assistente de realização, realizador, entre outros.

Já perto do final do dia, José Miguel Sardica garantiu o sucesso de mais uma edição. “Comparando com edições anteriores tivemos mais expositores e mais alunos interessados”, disse ao Observador. “A nossa grande aposta este ano foi sensibilizar os alunos — até mais cedo — para a importância desta ação”, acrescentou.

E para o ano? José Miguel Sardica admitiu ainda não haver tema, mas garantiu que a escolha recairá sobre uma problemática que esteja a marcar a agenda académica. “Temos dois objetivos óbvios — alargar o impacto público, isto é, tentar atrair mais empresas e tentar dar a este evento uma dimensão internacional”, disse ao Observador. Para tal, pretende atrair “job shadowers internacionais” ou formar um painel de convidados “que ofereça algumas visões sobre empregabilidade internacional”.

Com uma procura cada vez maior por empregos no estrangeiro e com a mudança de paradigma no recrutamento das empresas internacionais, o diretor admitiu que fará sentido realizar uma Expocarreiras relacionada com a empregabilidade internacional, onde se compare as “competências das licenciaturas que temos cá em Portugal com as suas congéneres noutros países”. Salientando a importância de saber falar português, afirmou que “até há uns anos, quem sabia inglês parecia ter vantagens, mas essa perspetiva está a mudar”.

“Hoje em dia, quem fala línguas nacionais — como o português ou o espanhol — começa a ser tão bem isto como quem fala inglês. A segmentação do mercado e dos públicos na Europa e no mundo é tal que, cada vez mais, as empresas recrutam não só em inglês e pessoas que saibam inglês, mas também uma panóplia de gente internacional que as permita atuar nos mais variados palcos culturais, geográficos e económicos”.