A Petrobras registou um prejuízo de 21.600 milhões de reais, ou 6.690 milhões de euros, em 2014, com perdas de 6.100 milhões de reais (1.890 milhões) devido ao caso de corrupção que assolou a empresa, informou quarta-feira à noite a petrolífera brasileira.

As denúncias de desvio de dinheiro, pagamento de luvas e branqueamento de capitais foram detetadas no decorrer da Operação Lava Jato, da Polícia Federal e do Ministério Público, desde março de 2014.

O balanço relativo ao ano passado foi divulgado esta quinta-feira pela petrolífera, já atrasado, mas com a contabilização das perdas por corrupção e com a auditoria da PricewaterhouseCoopers. Além da corrupção, a Petrobras também contabilizou perdas de 44.600 milhões de reais (13.185 milhões de euros) devido à reavaliação dos ativos, em imparidades.

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou, em conferência de imprensa, que a estimativa das perdas foi calculada com base nas informações da Polícia Federal e do Ministério Público e que foram descontados do ativo da petrolífera os montantes pagos indevidamente a empresas que faziam parte do esquema de corrupção.

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“A partir daqui, a Petrobras volta a garantir o relacionamento com seus acionistas e investidores no Brasil e no exterior”, afirmou Bendini.

As vendas da petrolífera em 2014 ascenderam a 337 mil milhões de reais (104,38 mil milhões de euros) e o EBITDA (lucro antes de juros e impostos) de 59 mil milhões de reais (18,3 mil milhões de euros). A produção de petróleo no ano passado cresceu 5,3%, abaixo da meta inicial de 7,5%.

O presidente da empresa realçou a criação de uma diretoria de Governança, Risco e Conformidade para combater desvios na empresa e afirmou que o próximo desafio é a normalização dos fluxos de caixa e a retoma da capacidade de geração de valor para o acionista e para a sociedade brasileira.

Ainda de acordo com Bendini, a companhia irá agora terminar o seu planeamento estratégico para 2015 e divulgar o novo plano de negócios, assim que ele for aprovado.

Entretanto, o Tribunal Federal de Curitiba, no sul do Brasil, condenou na quarta-feira oito acusados de branqueamento de capitais e associação criminosa, por desvios de dinheiro na petrolífera Petrobras, a penas que variam entre quatro anos e cinco meses e onze anos e seis meses.

A condenação atingiu executivos de empresas, um ex-funcionário da Petrobras e vários operadores de ações ilegais com dólares, e foi proferida pelo juiz Sergio Moro, que tem julgado as ações derivadas da “Operação Lava Jato”, executada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público para investigar crimes naquela empresa petrolífera.