Os atuais detentores do negócio da música são uns “malandros e ladrões”. A frase é de Roger Waters, co-fundador dos Pink Floyd, que acusa os atuais serviços de streaming de roubarem “cada cêntimo” aos músicos. As declarações foram feitas ao britânico The Times, citadas aqui pela publicação musical NME. “Sinto-me muito privilegiado por ter nascido em 1943 e não em 1983”, disse, referindo-se às grandes mudanças na indústria musical.

Na década em que Roger Waters nasceu, foi inventado o disco de vinil. Desde então, o baixista e compositor já assistiu à invenção da cassete e do CD, à passagem do analógico ao digital e, agora, ao desenvolvimento da “nuvem” na Internet. Quase toda a música está à distância de um clique.

“Ter vivido quando havia um negócio da música e quando a conquista por parte de Silicon Valley [sede das maiores empresas tecnológicas nos Estados unidos] ainda não tinha acontecido e, consequentemente, ainda era possível sobreviver através da escrita e da gravação de canções, e de concertos”, disse.

Ou seja, “quando esta fila de malandros e ladrões não se tinha intrometido entre as pessoas que aspiram a ser criativas e a sua potencial audiência, e não roubavam cada porra de cêntimo alguma vez feito”, disse o homem que compôs “Comfortably Numb” com David Gilmour.

David Byrne, dos Talking Heads, e Thom Yorke, dos Radiohead, são outros dos críticos dos serviços de streaming. Este último chegou a considerá-los “a derradeira flatulência de um corpo moribundo”.

Para finalizar, um redondo não. Uma reunião de Pink Floyd está fora de questão. “A vida fica cada vez mais curta à medida que nos aproximamos do final, o tempo torna-se cada vez mais precioso e, do meu ponto de vista, tem de ser passado a fazer as coisas que queremos fazer. Não se pode olhar para trás”.

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