A primeira loja Santini fora da grande Lisboa abre oficialmente esta terça-feira, dia 16, no Largo dos Lóios, perto da estação de São Bento, no Porto. A loja, que funcionará todos os dias entre as 11h00 e a 00h00, tem 150 metros quadrados e 40 lugares sentados. É em tudo semelhante, mas um pouco maior, à que a marca tem em Lisboa, no Chiado.

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Todos os sabores que normalmente fazem parte do portfólio da Santini vão estar disponíveis na nova loja — 14 a 16 deles são fixos e os outros vão rodando conforme as épocas. No dia da inauguração será revelado o sabor especial da casa, dedicado à cidade Invicta. Esta é já a sexta geladaria Santini, mas não será preciso esperar muito até assistir à abertura da sétima, que deverá ocorrer até ao final de junho, no novo Museu dos Coches, em Belém.

Para celebrar a nova abertura, o Observador reuniu oito curiosidades sobre a história da Santini. Qualquer uma delas dá um excelente desbloqueador de conversa para utilizar nas longas filas que se adivinham no mais recente membro da família.

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1. O fundador da marca, Attilio Santini, vinha de uma família ligada aos gelados

É verdade, os seus antepassados estavam ligados a essa indústria e há várias gerações que a família produzia e vendia gelados, possuindo, inclusive, autorizações das casas reais da época para o efeito.

2. Nem sempre Attilio Santini viveu dos gelados.

Apesar da ligação familiar à atividade, Attilio Santini emigrou cedo, ainda adolescente, para França, onde teve vários trabalhos e chegou, inclusive, a ser jogador de futebol, no Nantes. Só voltaria a dedicar-se aos gelados após regressar a Itália.

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O (ainda) jovem Attilio Santini. (foto: DR / santini.pt)

3. Antes de se fixar em Cascais, andou por Espanha

Nunca houve, contudo, uma Santini espanhola. Attilio andou por San Sebastián, Barcelona e Valência, onde teve várias casas de gelados. Foi nesta última cidade, onde geria o café-bar Santpol, que conheceu um cônsul português que o convenceu a mudar-se para Portugal.

4. No primeiro dia, houve gelados grátis para toda a gente 

A provar que era alguém muito à frente do seu tempo no que ao marketing diz respeito, Attilio Santini ofereceu todos os gelados no primeiro dia da primeira geladaria que abriu em Portugal, na praia do Tamariz, no Estoril, em setembro de 1949. Desde aí, o aniversário da marca nunca mais deixou de ser celebrado com ofertas: nos últimos anos os descontos têm sido proporcionais — em percentagem — ao número de anos que se comemora.

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A geladaria Santini na praia do Tamariz, nos anos 50. (foto: DR / santini.pt)

5. A primeira Santini lisboeta não foi a do Chiado

Esta poucos sabem (ou recordam) mas é verdade: nos anos 60 houve uma primeira abordagem da marca à capital, com uma pequena loja na Rua António Padre Vieira, entre a Castilho e a Artilharia 1. Não durou muito porque, na altura, a cidade ficava deserta no verão, o que terá levado Attilio Santini a optar por levar os empregados de volta para Cascais. Lá faziam mais falta. Foi preciso esperar 40 anos para voltar a haver Santini em Lisboa: a loja do Chiado abriu em julho de 2010.

6. A realeza era adepta dos gelados Santini

As famílias reais exiladas em Cascais, a espanhola e a italiana, rapidamente ganharam o gosto aos gelados de Attilio. Para este, mesmo depois de ser proclamado rei de Espanha, Juan Carlos continuou a ser ‘Juanito’. A marca não só abastecia com frequência as arcas de ambas as casas reais, como forneceu também, por exemplo, os gelados do casamento da infanta Margarida de Espanha. Para a história ficou, igualmente, uma capa da revista italiana Epoca com a princesa Maria Beatriz de Sabóia, ainda criança, a comer um gelado Santini.

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A famosa capa da revista Epoca. (foto: DR / santini.pt)

7. Mas o mestre Santini falava com toda a gente

Pouco importava se tratava o rei de Espanha por tu ou sabia os sabores favoritos de ministros de Estado: Attilio Santini era um homem acessível e genuíno, que não só falava com toda a gente, como oferecia gelados aos mais novos e convencia mães receosas a dar a provar os sabores de fruta aos seus bebés, usando um argumento infalível — também ele dera gelados aos seus netos desde muito cedo. Mesmo com idade avançada, continuava a marcar presença frequente na loja de Cascais. Faleceu em 1995, aos 88 anos.

8. O slogan da casa nunca mudou

A frase “il gelati più fini del mondo” foi escolhida pelo próprio Attilio Santini para caracterizar os seus gelados, quando da abertura da primeira casa. Manteve-se até aos dias de hoje.