Já é o segundo ministério a admitir o mesmo. Depois do Ministério da Justiça ter pedido a dirigentes para analisarem propostas do PS, este sábado foi o ministério de Pires de Lima a admitir o mesmo.

O Ministério da Economia revelou hoje que houve um pedido “indevido” de informações sobre o programa eleitoral do PS por parte de um serviço daquele ministério, situação que lamenta, mas que não deverá voltar a acontecer, escreve a Agência Lusa.

Segundo fonte oficial, o gabinete do ministro da Economia, Pires de Lima, confirmou não ter dado indicação para que fossem solicitadas aos organismos sob sua tutela qualquer monitorização de medidas propostas pelo Partido Socialista.

“Todavia, após averiguação, apurou-se que, por iniciativa própria indevida seguiu um email para três organismos com pedido de informações por parte de um serviço de um gabinete do ministério”, afirma a mesma fonte, acrescentando que “o ministro da Economia já deu instruções para que esta situação, que se lamenta, naturalmente, não volte a ocorrer.”

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Na sexta-feira à noite, o Ministério da Economia assegurara que o gabinete do ministro não pediu aos serviços por si tutelados que analisassem o programa eleitoral do PS.

No entanto, “em nome da transparência e do rigor”, comprometeu-se a averiguar se houve alguma “solicitação indevida por parte de outros serviços”.

O líder parlamentar socialista, Ferro Rodrigues, exigiu na sexta-feira imediatas explicações do primeiro-ministro sobre a possibilidade de altos quadros da administração pública estarem a ser “instrumentalizados” para a luta política, recebendo ordens superiores para analisarem o programa eleitoral do PS.

Este pedido de Ferro Rodrigues aconteceu na sequência de uma notícia do Diário de Notícias que dava conta que o Ministério da Justiça tinha pedido a dirigentes daquele ministério que avaliassem algumas propostas do setor, todas retiradas do programa socialista. No mesmo dia a ministra da Justiça esteve no Parlamento e foi confrontada com a questão.