Os serviços de urgência do Algarve estão cheios com idosos desidratados, avança o jornal Público. Pedro Nunes, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, adiantou à mesma publicação que os planos de contingência para responder aos efeitos do calor que se tem sentido na região já foram ativados: há camas suplementares e reduziu-se o número de cirurgias não urgentes.

Quem está a encher as urgências dos serviços hospitalares são sobretudo idosos desidratados que vivem sozinhos ou em lares, e que estão a sofrer com as temperaturas mínimas muito elevadas que se têm feito sentir nas noites algarvias. O serviço mais afetado é o de Faro (mais oito camas suplementares e mais 22 preparadas para abrir), seguido do de Portimão.

A procura dos serviços de urgência tem superado as “900 a mil pessoas” diárias, quando em época normal ronda os 600 atendimentos por dia. O número de internamentos também subiu de 45 para 50, de acordo com os dados que foram fornecidos ao Público.

“Os profissionais são os mesmos e muitos estão a ficar envelhecidos e cansados. Há cirurgiões gerais à beira da exaustão. E por vezes torna-se muito complicado assegurar as escalas das urgências”, disse Pedro Nunes. Uma das alternativas passa por contratar médicos que prestem alguns serviços.

A Administração Central do Sistema de Saúde anunciou que em seis meses e 23 dias  autorizou a contratação de 205 médicos e 1341 enfermeiros para os hospitais do setor empresarial do Serviço Nacional de Saúde, mas a região do Algarve foi a menos beneficiada: recebeu quatro médicos e 64 enfermeiros.

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