“O Reino Unido deve permanecer na União Europeia (UE) ou abandonar a UE?” ou “Deve o Reino Unido permanecer como membro da UE?”. A Comissão Eleitoral quer que o eleitores britânicos respondam à primeira pergunta no próximo referendo da UE, que vai decidir o futuro da Grã-Bretanha na Europa, mas David Cameron tinha optado, até aqui, pela segunda hipótese.

O primeiro-ministro britânico prefere que os eleitores tenham duas opções de resposta: sim ou não. E, por isso, a recomendação da Comissão Eleitoral terá surpreendido David Cameron que, no ano passado, fez uma campanha pelo “não” para o referendo sobre a independência da Escócia.

A comissão eleitoral, por seu lado, esteve a analisar a questão e chegou à conclusão que o melhor seria alterá-la, para não confundir os eleitores. Para isso, escreveu ao governo e criou um briefing para todos os deputados [da Câmara dos Comuns], recomendando que esta alteração deve ser feita no relatório do projeto-lei, a 7 de setembro.

A reviravolta na questão pode estar iminente, mas ainda não é certa. É que o governo é obrigado a considerar a sugestão da Comissão Eleitoral, mas isso não significa que a tenha de implementar.

“Qualquer pergunta de referendo deve ser o mais esclarecedora possível para que os eleitores percebam a importância da escolha com que estão a ser confrontados. Testámos a proposta de pergunta com os eleitores e recebemos pontos de vista de potenciais candidatos, académicos e especialistas de linguagem simples”, explica Jenny Watson, presidente da Comissão Eleitoral.

“Enquanto alguns eleitores entenderam a pergunta, alguns candidatos e opinião pública sentem que as palavras não estão equilibradas e há uma percepção de enviesamento. A questão alternativa que recomendamos tem isto em conta. Agora cabe ao Parlamento discutir o nosso aviso e decidir que frase deve ser utilizada na pergunta”, acrescenta.

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