O adversário de Pedro Passos Coelho não é José Sócrates mas, sim, os que “têm ideias próximas daquelas que ele defendeu e executou”. Em entrevista à CMTV, o primeiro-ministro respondeu que espera que o ex-primeiro-ministro socialista – que passou a prisão domiciliária em casa – não seja tema de campanha, frisando que Sócrates “não é candidato nestas eleições”.

“Há outros que têm ideias próximas daquelas que ele defendeu e executou e que são agora candidatos. Podem ser até às vezes ideias muito parecidas e muito próximas mas são outros. Por isso, não vejo nenhuma razão para o trazer para a campanha”, respondeu Passos, sem nomear António Costa, secretário-geral do PS.

Passos prosseguiu dizendo que o caso judicial que envolve o ex-primeiro-ministro “está no essencial dentro do sistema de justiça” e disse não acreditar que “a campanha ganhe qualquer esclarecimento em misturar as coisas”, garantindo que as pessoas ligadas à coligação PSD/CDS “não têm feito dele tema”.

O social-democrata mostrou que não quer comentar os contornos do processo judicial de Sócrates mas que não se inibirá de criticar aquilo que foi a governação socrática entre os anos de 2005 e 2011. A estratégia do PSD/CDS tem sido, aliás, a de colar Costa aos governos que conduziram ao pedido de assistência financeira externa, ou seja, colocar o atual líder socialista no mesmo plano que o ex-primeiro-ministro, acusando-o de arriscar o futuro do país e de o poder levar a mais um resgate.

A questão de Sócrates foi uma das últimas perguntas da entrevista, em que Passos falou sobre a necessidade de o próximo Governo ter maioria absoluta, de o país precisar de “impostos mais amigos do investimento”, de mais licenciados (aproveitando para avisar que há professores a mais), vincando ser “inequívoco que o país está a recuperar”.

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