A adesão à greve dos trabalhadores da Transtejo que hoje teve início, contra a atualização salarial e a concessão da Carris e do Metro, “é muito elevada”, disse uma fonte da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.

Os trabalhadores dos transportes públicos que servem a área da Grande Lisboa cumprem hoje e terça-feira uma greve de três horas por turno para exigirem a atualização salarial e contestarem a concessão da Carris e do Metro.

Em declarações à agência Lusa, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse que até às 07:45 realizou-se apenas uma carreira entre Cacilhas e Lisboa.

“A adesão à greve é de quase 100%. Até ao momento só se verificou uma carreira para Lisboa que estava estabelecida como serviços mínimos. Não há mais carreiras”, realçou José Manuel Oliveira.

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Por sua vez, uma fonte da Transtejo informou à Lusa que a ligação de Cacilhas-Cais do Sodré está a ser assegurada por um navio com capacidade até 476 pessoas.

“Prevê-se que este cacilheiro opere até às 09:35, hora em que se prevê a retoma do serviço normal desta ligação fluvial”, adiantou a mesma fonte, salientando que as carreiras de serviços mínimos bem como a extra prevista em Cacilhas se cumpriram, na devida normalidade.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) explicou em comunicado que “esta é a resposta às medidas prepotentes e arbitrárias da atual administração, que recusa negociar as condições de trabalho e procede a aumentos de salários de quadros superiores em valores que atingiram 2.500 euros por mês”.

A federação acusa o Governo de estar a proceder à “destruição da organização e funcionamento das empresas Carris, Metro, Transtejo e Soflusa, para gerar a extinção de centenas de postos de trabalho e embaratecer a operação de privatização em curso”.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que está hoje de manhã em Cacilhas junto dos trabalhadores da empresa, salientou que existe um forte sentimento de indignação em relação à forma como a empresa tem sido gerida.

” A adesão é muito significativa. Neste momento há um sentimento generalizado de que esta luta é para continuar se a empresa não der a resposta adequada”, disse Arménio Carlos.

“Existe também um forte sentimento de indignação contra o elemento discriminatório que neste momento está em marcha, considerando que altos cargos superiores tiveram aumentos acima dos dois mil euros e a empresa continua a recusar negociar o Acordo de Empresa e os salários dos trabalhadores da Transtejo”, disse.

Arménio Carlos sublinhou que os trabalhadores da Transtejo não têm qualquer tipo de atualização salarial desde 2009.

A Transtejo é a empresa responsável pelas ligações fluviais entre Cacilhas, Seixal, Montijo e Trafaria e Lisboa, estando integrada na Transportes de Lisboa, juntamente com o Metro, Carris e Soflusa.