Na semana passada, a Black Friday abriu as hostilidades da época mais consumista do ano e durante este mês o movimento promete não abrandar dentro das lojas. Numa altura em que se quer gastar tanto quanto se quer poupar, a caça aos saldos e às pechinchas está oficialmente aberta. No entanto, é preciso ter consciência de que barato não é sinónimo de imprescindível e muitas vezes acaba por sair caro.

De olhos postos na lista interminável de presentes de Natal, as lojas apostam tudo para levar os compradores a perderem a cabeça, incluindo inflacionarem os preços para poderem fazer descontos mais frequentemente sem perderem dinheiro.

Se antigamente nos apercebíamos de que uma loja tinha promoções quando passávamos pela montra, atualmente somos bombardeados com e-mails, mensagens de telemóvel, publicidade, catálogos, tudo e mais alguma coisa a alertar para a “mid season” ou a “christmas sale”, o que faz com que acabemos por ceder mais facilmente à tentação.

A pensar nisso, a Time juntou cinco erros que os consumidores cometem durante a altura do ano em que mais se gasta dinheiro.

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1. Medo de desperdiçar uma oportunidade

Porque as promoções e os presentes são limitados, os consumidores têm a ideia de que se não aproveitarem, aquela peça vai voltar ao valor inicial ou então vai esgotar. Por isso é que as promoções causam receio de desperdiçar uma oportunidade, o que acaba por ser um misto de medo e entusiasmo que turva o pensamento. Acrescente-se a isto a pressão emocional e a competitividade das multidões e percebe-se porque é que há tantas pessoas a comprar coisas das quais se vão arrepender.

People get an early start on Black Friday shopping deals at a Walmart Superstore on November 22, 2012 in Rosemead, California, as many retailers stayed opened during the Thanksgiving celebrations, evidence that even this cherished American family holiday is falling prey to the forces of commerce. AFP PHOTO / Frederic J. BROWN (Photo credit should read FREDERIC J. BROWN/AFP/Getty Images)

Uma Black Friday normal… Frederic J. Brown/AFP/Getty Images

Para não achar que vai perder o negócio da sua vida, saiba que os descontos de natal são cuidadosamente planeados pelas lojas com muita antecedência. Assim sendo, as lojas têm muitas peças em stock daquilo que acham que vai vender melhor. A melhor abordagem à corrida aos presentes da época festiva passa pela resignação. Vá às compras ciente de que pelo menos uma vez vai perder o preço mais baixo ou vai acabar por ver outra coisa mais tarde que daria um presente muito melhor. Isto vai poupar-lhe tempo e energia que pode ser usada a aproveitar as férias.

2. Dar primazia ao preço e não ao valor

Perante uma pechincha de fazer cair o queixo, é essencial que se foque no quanto precisa da peça e não no desconto. É normal que no meio do frenesim as pessoas percam o foco e acabem por comprar presentes à toa — vendo mais tarde a quem o irão dar –, em vez de comprarem calmamente um presente para as pessoas que têm na sua lista. É preciso ter em mente que fazer compras emocionalmente é meio caminho andado para comprar por impulso. Sejam compras feitas na loja ou online, primeiro deve respirar fundo e pensar bem no que está a comprar.

3. Ficar confuso com tantas promoções

Outro problema com as promoções é conseguir lidar com a complexidade da oferta. Há saldos, cupões, promoções, tudo e mais alguma coisa. E às vezes pode ser difícil saber qual será mais vantajoso ou qual valerá mais a pena. O segredo? Fazer as contas numa calculadora e nunca gastar a fim de poupar.

4. Dar demasiada importância à pechincha

Através de uma série de pesquisas, a psicóloga Kit Yarrow descobriu que os consumidores que andam à caça de pechinchas acabam por gastar mais dinheiro em compras do que os outros. Porquê? Porque passam mais tempo às compras, o que significa que veem tudo o que existe e querem comprar muito frequentemente. Além de que se focam no quanto estão a poupar, o que faz com que se percam no quanto gastam realmente.

Um dos pensamentos frequentes dos caça-pechinchas é considerar que o dinheiro que pouparam é dinheiro ganho, fazendo com que este “lucro” acabe por ser gasto muito facilmente. Ou seja,se compra umas calças em saldos e pensa “já que poupei vou comprar também um top”, vai acabar por gastar o mesmo dinheiro. É irónico porque em lugar nenhum do mundo gastar dinheiro é sinónimo de poupar.

5. Ignorar os contras

Como não há bela sem senão, por vezes as pechinchas vêm acompanhadas de alguns contras, sendo o principal o facto de não poder trocar a peça ou ter um curto período de tempo para o fazer.

Se der por si a enveredar pelos caminhos da compra desmesurada de pechinchas, mantenha-se calmo. Tente focar-se no valor e no preço do produto e não no desconto descrito como “oportunidade”. Mas, acima de tudo, não se desvie da sua lista de presentes nem ultrapasse o montante que está disposto a gastar.